Neste momento, o maior hospital da província da Zambézia, que tem uma capacidade de 322 camas, dispõe de apenas uma viatura da marca Nissan. A referida viatura é da pertença da direcção do hospital, e deveria servir para o transporte da respectiva directora, Virgínia Saldanha, de casa para o local de trabalho e vice-versa, o que não está a acontecer devido à inexistência de veículos para trabalhos do hospital.
O problema da falta de transporte naquele hospital é antigo, mas nunca mereceu nenhuma intervenção de vulto por parte do governo da província nem do próprio ministério da saúde de forma a solucionar ou minimizar o problema. Por aquilo que apurámos, em caso de necessidades de viatura, a direcção do hospital provincial recorre à Direcção Provincial da Saúde ou às ambulâncias dos centros de saúde 17 de Setembro e Coalane.
Em entrevista ao nosso jornal, a directora do Hospital Provincial de Quelimane, Virgínia Saldanha, explicou que o assunto da falta de viatura é de domínio das autoridades superiores. “Quando falamos de meios circulantes, é importante referir que o hospital não tem viatura. as viaturas que temos servem para o abate, dado o nível de avaria em que se encontram”, disse, acrescentando ser muito complicado gerir o problema.
Segundo a directora, a única viatura existente é usada para o transporte de oxigénio, levantamento de medicamentos, transporte de pessoal médico, entre outras actividades. “Devo dizer que é bastante difícil gerir este problema, mas temos estado a tentar minimizar o sofrimento”.
De acordo com a nossa entrevistada, a maior complicação surge ainda por ser um hospital de referência, mas que nem sempre chega a solucionar os problemas. “Neste sentido, somos obrigados a ter que transferir para outros hospitais, tal é o caso do Hospital Central da Beira e o de Nampula, cujo transporte de doentes deveria ser feito com viaturas do Hospital Provincial de Quelimane”. Mas, na impossibilidade, segundo explicou Saldanha, o transporte de doentes àqueles hospitais é feita através das viaturas da Direcção de Saúde da Cidade de Quelimane. “Eles canalizam-nos a viatura e respectivo motorista, e nós responsabilizamo-nos pelo combustível e custeamos as despesas logísticas, tudo de forma a garantir o acompanhamento do doente a um daqueles centros hospitalares”, disse.
HPQ poderá não efectuar análises de hemograma
O Hospital Provincial de Quelimane dispõe de apenas um único aparelho de hemograma, que mensalmente processa mais de quatro mil análises, a pedido dos clínicos, para despistar as patologias que enfermam os pacientes que escalam os serviços médicos do maior hospital provincial da Zambézia. Neste momento, o referido aparelho funciona sem interrupção, todo o dia.
Esta situação deriva da avaria do outro aparelho do género, ano passado, mas, até agora, o problema não foi solucionado. O assunto é já do domínio do ministério de saúde, que neste momento, segundo apurámos, está a encetar esforços com vista a solucionar o problema do aparelho em causa.
Por outro lado, neste momento, o aparelho de hemograma em funcionamento tem estado a correr grandes riscos, devido à oscilação de energia eléctrica. Aliás, o aparelho tem registado algumas avarias, o que leva a máquina a permanecer algum tempo sem funcionar.
O apelo neste momento é dirigido ao sector de saúde, ao nível central, no sentido de encontrar soluções para o aparelho de hemograma ora avariado, porque, se não, dado o fluxo de pedidos de hemograma, bem como a oscilação sistemática de energia eléctrica no hospital, poderá registar-se a paralisação deste aparelho.