O Plano de Contingência para a época chuvosa, que se inicia em Outubro e se estende até Abril de 2026, regista um défice considerável de oito mil milhões de meticais, cavando ainda mais o fosso em relação aos 14 mil milhões de meticais necessários para a sua execução.
A revelação foi feita pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, durante a habitual conferência de imprensa que ocorreu após a 35ª sessão do Conselho, realizada em Maputo. Impissa, que também assume o cargo de ministro da Administração Estatal e Função Pública, alertou para a possibilidade de cerca de quatro milhões de cidadãos serem afectados durante esta época chuvosa e ciclónica.
O governo elaborou quatro cenários para a situação. O cenário mínimo prevê que menos de um milhão de pessoas possa ser impactado. Contudo, nas previsões mais realistas, o Executivo projecta que entre 1,2 a 2,0 milhões de pessoas possam ser afectadas. “A análise realizada pelas nossas equipas sugere que, se ocorrerem as previsões conforme projectadas, estaremos mais propensos ao segundo cenário, que abrange uma população entre 1,2 e 2 milhões”, afirmou Impissa.
Moçambique tem sido, de forma recorrente, alvo de diversas ameaças naturais, incluindo cheias, inundações urbanas, secas, ciclones tropicais e epidemias, que invariavelmente provocam danos humanos e materiais significativos. Em Julho, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres indicou que cerca de 64 dos 154 distritos do país poderão ser afectados por essas contingências.
Impissa enfatizou que “a boa parte da resposta para os desastres reside no comportamento dos nossos concidadãos” nos próximos seis meses, período em que decorre a época chuvosa. As autoridades devem, segundo o porta-voz, estar preparadas para realizar uma avaliação precisa com base nos dados disponíveis, de forma a mitigar os desastres.
O governo antecipa, ainda, que o desfazimento do défice pode ser alcançado através de diferentes fontes de financiamento, como seguros parametrizados, acções proactivas contra a seca e cheias, ciclones, bem como doações em espécie ou monetárias.