Economia Banco Mundial aposta no futuro energético de Moçambique para a próxima década

Banco Mundial aposta no futuro energético de Moçambique para a próxima década

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banda, manifestou a sua convicção de que Moçambique se tornará uma referência energética nos próximos dez anos, com o objectivo de constituir um hub energético no sul de África.

Em declarações à imprensa, após uma visita à Barragem de Cahora Bassa, na província de Tete, Banda expressou a sua intenção de colaborar com o governo moçambicano na identificação de novas formas de promover o potencial energético do país. O presidente destacou o comprometimento do líder moçambicano, Daniel Chapo, em concretizar os projectos energéticos em curso.

“Imaginando o futuro, a visão que partilho com o Presidente da República é a de transformar Moçambique numa potência energética na região sul de África. Esta é uma oportunidade real que deve ser explorada de forma conjunta, envolvendo não apenas fundos públicos, mas também parcerias público-privadas”, afirmou Banda.

Relativamente ao Projecto Central Norte de Cahora Bassa, que prevê a construção de uma nova hidroeléctrica na margem esquerda da barragem existente, o presidente do Banco Mundial revelou que a Corporação Financeira Internacional (IFC) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) estão dispostos a avaliar o financiamento e a dívida dos projectos apresentados pelo governo moçambicano.

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Banda acrescentou que o BIRD irá analisar as garantias de risco parcial, enquanto a Agência Multilateral para Garantia dos Investimentos (MIGA) fará uma avaliação do risco político. A Associação Internacional de Desenvolvimento (AIDA) poderá fornecer financiamento de crédito concessional, abrangendo a transmissão de energia e a preparação do projecto do Norte de Cahora Bassa.

“Esta colaboração pode ser comparada a uma orquestra, onde diversos instrumentos se juntam para criar harmonia”, sublinhou Banda.

O dirigente salientou que o sector energético é uma prioridade para o Banco Mundial em Moçambique, embora existam outras áreas de financiamento, como o turismo e o desenvolvimento de corredores de transporte, além da juventude como um potencial motor de crescimento.

O projeto Central Norte de Cahora Bassa terá uma capacidade máxima de geração de 1.250 MW, complementando os 2.075 MW da Central Sul, com a construção prevista para ser iniciada em 2028 e a duração estimada de cinco anos.

Um estudo recente intitulado “Africa Energy Outlook 2024, Mozambique Special Report” projeta que Moçambique poderá ser responsável pela produção de cerca de 20% da energia gerada no continente africano até 2040, integrando a lista dos dez maiores produtores de energia a nível global.