O provedor de Justiça moçambicano, Isaque Chande, manifestou a sua preocupação em relação ao impacto do terrorismo islâmico na província de Cabo Delgado, descrevendo-o como um desafio aos direitos fundamentais dos cidadãos.
Durante uma visita de trabalho àquela província, Chande sublinhou a necessidade de desenvolver estratégias que abordem os conflitos entre os cidadãos e as instituições públicas, especialmente nas áreas mais afectadas pela violência.
O provedor enfatizou a importância da comunicação contínua entre o governo local e os cidadãos, uma vez que esta interacção permite a identificação de queixas e a proposição de soluções adequadas.
“Não existe outra forma de servir os cidadãos senão ouvir as suas preocupações e apresentar respostas dentro de prazos razoáveis”, afirmou Chande.
Na visita ao distrito de Palma, o provedor inspeccionou as instalações do Instituto de Apoio Jurídico (IPAJ) e do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC). Durante a sua estadia, Chande destacou a carência de um juiz no distrito, o que resulta no encaminhamento frequente de casos para Mueda, a cerca de duzentos quilómetros de distância.
Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), em Maio passado, o terrorismo islâmico afectou mais de 134.000 pessoas em Cabo Delgado.