A peregrinação anual a Meca, na Arábia Saudita, que iniciou oficialmente na quarta-feira, está novamente a ser marcada por temperaturas excepcionalmente elevadas.
Com previsões de calor acima dos 40 ºC para esta semana, as autoridades sauditas emitiram alertas e recomendações urgentes aos fiéis.
O Ministro para o Hajj, Tawfiq Al Rabiah, apelou aos peregrinos para que permanecessem nas suas tendas entre as 10h00 e as 16h00 de quinta-feira, durante o segundo dia do Hajj, considerado o ápice da celebração – o dia de Arafat. Nesta etapa crucial, os peregrinos reúnem-se no Monte Arafat e nas suas imediações, a cerca de 20 km de Meca, local onde o profeta Maomé terá proferido o seu último sermão.
A colina de Arafat oferece poucos pontos de sombra, deixando os fiéis expostos ao sol do deserto por várias horas. O Ministério da Saúde saudita, citado pela imprensa local, alertou: “Alertamos contra a subida nas montanhas ou lugares altos no dia de Arafat, pois isso exige esforço físico intenso e aumenta o risco de exaustão pelo calor”.
A preocupação com a saúde dos peregrinos é justificada. Na segunda-feira, o ministério informou que 44 pessoas já haviam recebido assistência médica devido à exposição ao calor. No ano passado, a situação foi trágica, com mais de 1.300 peregrinos a falecer durante o Hajj devido a temperaturas que atingiram os 51,8 ºC, de acordo com dados oficiais.
Perante este cenário, a rica monarquia do Golfo mobilizou mais de 40 agências governamentais e 250 mil funcionários, incluindo milhares de socorristas, para tentar mitigar os riscos relacionados com o calor extremo. Adicionalmente, foram instalados 50 mil metros quadrados de áreas com sombra e mais de 400 pontos de água fresca, conforme detalhou o ministro para o Hajj na semana passada.
