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Israel autoriza plano para reabertura do acesso humanitário a Gaza após bloqueio de dois meses

O gabinete de segurança de Israel, encarregado de supervisionar a ofensiva em Gaza, aprovou na noite passada um plano que visa retomar o acesso a ajuda humanitária, totalmente bloqueado desde 2 de Março. 

A informação foi divulgada pela imprensa israelita, que destaca a urgência da situação no território palestiniano.

Segundo o diário Israel Hayom, o plano não só prevê a reabertura do acesso à ajuda, como também inclui um aumento gradual da pressão militar sobre o enclave, visando forçar o Hamas a aceitar um cessar-fogo. Contudo, o diário Yediot Ahronot relatou que alguns membros do governo se opuseram à ideia de permitir a distribuição de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais, temendo que isso pudesse beneficiar o Hamas.

O bloqueio foi implementado em Março por Israel como uma medida para impedir que o movimento islamista tivesse acesso a materiais que pudessem ser utilizados em acções militantes. Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional e conhecido por suas posições ultranacionalistas, afirmou durante a reunião que não há necessidade de introduzir ajuda em Gaza e que os armazéns de alimentos do Hamas deveriam ser alvo de bombardeios. Essa declaração gerou uma discussão acalorada com o chefe do Estado-Maior do Exército, Eyal Zamir, que alertou para os riscos dessa postura e lembrou que o direito internacional exige que se evitem acções que condenem a população civil à fome.

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Este bloqueio representa a maior restrição a que o enclave já foi submetido desde o início da ofensiva militar. Paralelamente, a agência de notícias AFP informou que o gabinete político de segurança israelita também aprovou, em discussão, a possibilidade de “distribuição humanitária, se necessário” na Faixa de Gaza, embora alguns ministros tenham argumentado que há alimentos suficientes na região.

Organizações internacionais de ajuda humanitária alertam para a crescente escassez de recursos na Faixa de Gaza, que já sofre os efeitos devastadores de mais de um ano e meio de guerra entre o Hamas e Israel. Antes do início do conflito, a UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinianos, registava a entrada de cerca de 500 camiões de ajuda por dia em Gaza, um número que já era considerado insuficiente. Actualmente, esse número caiu para cerca de 92 camiões diários.