A Associação Portuguesa Propública atribuiu, a título póstumo, o prestigiado Prémio Nelson Mandela ao advogado moçambicano Elvino Dias, tragicamente assassinado a 18 de Outubro de 2024, no coração de Maputo.
Neste mesmo ataque, o activista político Paulo Guambe também perdeu a vida. Este prémio, que representa uma significativa quantia de 700 mil euros, é um gesto de solidariedade para com os advogados que enfrentam riscos elevados no exercício da sua profissão.
De acordo com uma publicação oficial da Associação, a atribuição do prémio visa não apenas homenagear a memória de Elvino Dias, conhecido como o “Advogado do Povo”, mas também apelar às autoridades moçambicanas para serem tomadas medidas concretas na investigação e esclarecimento dos crimes que vitimaram o jurista e o activista. A Propública sublinha que, embora a voz de Dias tenha silenciado, o seu legado de coragem, independência e integridade continuará a inspirar advogados em Moçambique e no mundo.
“A ProPública quer com este prémio mostrar a sua solidariedade para com os advogados moçambicanos e a sua Ordem, que nunca hesitou na defesa da independência e segurança dos seus membros”, lê-se na nota da Associação.
Esta também apela ao Procurador-Geral da República para que se empenhe na identificação dos responsáveis por este crime hediondo, garantindo justiça para todas as vítimas de violência e intimidação no sector jurídico.