O príncipe Harry, filho mais novo do rei Charles III, encontra-se no meio de uma controvérsia crescente relacionada à sua ligação com a organização de caridade Sentebale, que cofundou em 2006.
O príncipe anunciou a sua saída do cargo de padrinho da ONG, em meio a um conflito interno que se intensificou recentemente.
A decisão de Harry de se afastar da Sentebale surge após tensões com a presidente do conselho, Sophie Chandauka, que assumiu o cargo em 2023. Tanto Harry quanto Chandauka estão a enfrentar acusações graves, com a presidente a insinuar que o príncipe tentou afastá-la através de “intimidação e assédio” ao longo dos últimos meses. Chandauka afirmou ter “provas” das suas alegações em declarações à Sky News.
A BBC reportou que membros do conselho da Sentebale já antecipavam o que consideram uma “estratégia de autopromoção” por parte de Chandauka, que também enfrenta críticas relacionadas à sua gestão. A situação exacerbou-se com o envolvimento da Justiça, que analisará as queixas apresentadas por diversos membros do conselho.
Em declarações adicionais, Chandauka denunciou a existência de uma cultura de “silêncio” dentro da organização, onde os colaboradores evitam criticar Harry ou discutir questões sensíveis, incluindo a perda de doadores significativos após a sua saída do Reino Unido.
Um dos pontos de contenda ocorreu durante um evento beneficente da Sentebale, onde Harry levou uma equipa de filmagem da Netflix, levantando a polémica sobre o uso de eventos da ONG para fins pessoais. As imagens do evento mostraram uma interacção tensa entre Chandauka e Meghan Markle, levantando mais questões sobre a dinâmica interna da organização.
Kelello Lerotholi, ex-membro do conselho, negou que Harry tenha solicitado qualquer declaração em apoio a Meghan, afirmando que tal assunto nunca foi discutido nas reuniões que participou. Lynda Chalker, que esteve no conselho da ONG durante quase 20 anos, qualificou o estilo de liderança de Chandauka como “autoritário”.
A Sentebale, que apoia crianças e jovens órfãos devido à epidemia de HIV no Lesoto e em Botsuana, foi criada por Harry em homenagem à sua mãe, a princesa Diana. Em resposta às recentes controvérsias, Chandauka garantiu que a organização “sobreviverá ao escândalo”, creditando a sua continuidade ao trabalho dedicado da equipa em África.