Milhões de cidadãos reuniram-se no Egito, após as orações do Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadão, para expressar solidariedade ao povo palestiniano e rejeitar a proposta dos Estados Unidos de deslocar os palestinianos de Gaza.
As autoridades egípcias confirmaram a magnitude das manifestações, que ocorreram em várias províncias do país.
O Egito designou 6.240 locais de culto para a oração matinal do Eid, que se celebrou na segunda-feira, não apenas no Egito, mas também em países vizinhos como a Jordânia e a Síria. Após as orações, os manifestantes tomaram as ruas, exibindo faixas em árabe e inglês e entoando palavras de ordem em apoio ao presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.
Os participantes demonstraram um “total apoio aos líderes políticos egípcios em todas as suas posições de rejeição da agressão sangrenta contra Gaza”, conforme reportado pelo serviço de informação egípcio, citado por várias agências internacionais.
Os manifestantes expressaram também a sua “rejeição completa e contínua aos planos de deslocar os irmãos palestinianos das suas terras” e exigiram um “cessar-fogo imediato, completo e definitivo em Gaza”, clamando por uma solução duradoura para a crise que aflige a região.
Essas manifestações em massa são consideradas raras no Egito e são geralmente monitorizadas e autorizadas pelo governo. Desde que o conflito entre Israel e o enclave palestiniano iniciou em Outubro de 2023, o governo egípcio deteve mais de 100 pessoas por protestos contra a sua política em relação a Gaza e contra o tratado de paz com Israel.
O Egito, que actua como mediador nas tentativas de trégua entre Israel e o grupo islamita Hamas, propôs recentemente um plano de reconstrução para o enclave palestiniano, uma iniciativa que conta com o apoio quase unânime da comunidade internacional. Este plano visa evitar a implementação da proposta do presidente norte-americano, Donald Trump, que sugere a expulsão dos palestinianos da Faixa de Gaza e a transformação da região na “Riviera do Médio Oriente”.
No último domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reafirmou a intenção de avançar com o plano dos Estados Unidos, aumentando as tensões na já delicada situação no Oriente Médio.