A líder da extrema-direita em França, Marine Le Pen, foi condenada a quatro anos de prisão, dos quais dois anos são de pena suspensa e dois anos com uso de pulseira electrónica, por desvio de fundos públicos.
A decisão do tribunal implica também que Le Pen, que já foi líder do partido União Nacional (RN), fica impedida de se candidatar a cargos públicos durante um período de cinco anos.
A condenação de Le Pen, de 56 anos, não se limita à líder do partido. Nove outros membros da União Nacional foram igualmente condenados por se aproveitarem das despesas do Parlamento Europeu para contratar assistentes que, na verdade, trabalhavam para o partido. O tribunal identificou um esquema que resultou em um desvio estimado em 2,9 milhões de euros, com doze assistentes também condenados por ocultação de crimes.
O juiz responsável pelo caso, Benedicte de Perthuis, enfatizou que todos os funcionários da UN, incluindo Le Pen, estão proibidos de se candidatarem a cargos públicos, com a sanção a entrar em vigor imediatamente, mesmo que um recurso seja interposto. “O tribunal teve em consideração, além do risco de reincidência, a grande perturbação da ordem pública que poderia resultar se uma pessoa já condenada fosse candidata às eleições presidenciais”, afirmou a juíza.
Marine Le Pen, que já foi candidata em três ocasiões às eleições presidenciais francesas e que se perfilava como uma das favoritas para uma eventual vitória em 2027, negou qualquer irregularidade associada às suas acções. Após a leitura da condenação, Le Pen abandonou a sala de audiências antes que o juiz anunciasse as decisões sobre a pena de prisão e multa, de acordo com um correspondente da AFP.