Os correios de Hong Kong anunciaram a suspensão imediata do envio de encomendas para os Estados Unidos, numa resposta à imposição de tarifas consideradas “abusivas” pelas autoridades norte-americanas.
A medida afecta as encomendas realizadas via marítima e terrestre, enquanto o correio aéreo terá a suspensão em vigor a partir de 27 de Abril.
De acordo com um comunicado do Hongkong Post, “não será cobrada qualquer tarifa aduaneira em nome dos EUA”, e a aceitação de envios postais que contenham bens destinados a território norte-americano será interrompida. Para as remessas ainda não expedidas, a entidade irá organizar a devolução e reembolsar os portes a partir de 22 de Abril.
A decisão surge no contexto de uma escalada nas tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos. Recentemente, Donald Trump assinou uma ordem executiva que revogou as isenções de direitos aduaneiros aplicáveis a pequenas encomendas provenientes da China, afectando directamente grandes plataformas de comércio electrónico como a Shein e a Temu.
Além disso, os Estados Unidos impuseram sobretaxas de 145% sobre produtos chineses, uma medida que desencadeou retaliações por parte de Pequim, que agora aplica taxas que chegam a 125%. Hong Kong, como antiga colónia britânica, também se vê afectada pela eliminação do tratamento preferencial, resultado de um decreto presidencial de Donald Trump em 2020.
Xia Baolong, responsável do Partido Comunista Chinês para os assuntos de Hong Kong e Macau, expressou a sua indignação, afirmando que os Estados Unidos estão a utilizar tarifas como um meio de sabotar a China. “Os EUA têm alvo as nossas tarifas, eles têm como alvo a nossa própria sobrevivência”, declarou.