O Presidente de Angola, João Lourenço, anunciou a decisão de abandonar a mediação do conflito entre a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Ruanda.
A decisão resulta do insucesso das negociações directas com o grupo rebelde M23, atribuídas a factores “externos” que influenciaram o processo de mediação africano.
A Presidência angolana divulgou um comunicado onde expressa que o país se dedicou “com toda a seriedade, energia e recursos” à mediação do conflito desde que a União Africana incumbiu João Lourenço dessa responsabilidade. O comunicado destaca os progressos alcançados durante várias rondas de conversações, incluindo a promessa da RDCongo de neutralizar os guerrilheiros das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), enquanto Ruanda se comprometeu a retirar as suas Forças de Defesa do território congolês.
“Essas eram as principais reivindicações das partes, criando assim as condições para a cimeira agendada para 15 de Dezembro passado em Luanda, que não se concretizou devido à ausência do Ruanda”, sublinha a nota oficial. O documento reafirma a crença de Angola na importância de negociações directas entre o Governo da RDCongo e o M23, como parte fundamental para a resolução do conflito.
Além disso, o comunicado destaca os esforços diplomáticos angolanos para facilitar a primeira ronda de conversações, que estava marcada para 18 de Março, mas foi abortada “in extremis” devido a um conjunto de factores, incluindo alguns externos e alheios ao processo africano em curso.