Julio Coria, ex-guarda-costas do lendário futebolista argentino Diego Maradona, foi detido durante o julgamento de sete profissionais de saúde acusados de homicídio com dolo na morte do ícone do desporto.
A detenção ocorreu no tribunal de San Isidro, após os juízes considerarem “relevantes” as referências do promotor ao crime de perjúrio.
Segundo a agência noticiosa francesa AFP, a promotoria interrompeu o depoimento de Coria em diversas ocasiões, alegando “contradições e omissões” nas suas declarações. O juiz, perante a gravidade das acusações, ordenou que Coria fosse algemado e escoltado para fora da sala de audiência.
Durante o seu testemunho, Coria afirmou não ter estabelecido contacto com Leopoldo Luque, neurocirurgião e médico pessoal de Maradona, acusado no processo. No entanto, a justiça apresentou mensagens escritas trocadas entre ambos, datadas antes e depois da morte do ex-jogador, das quais Coria alegou não ter memória.
A promotoria classificou Coria como “manifestamente mentiroso” e, devido à sua presença no dia da morte de Maradona, argumentou a favor da sua detenção. O ex-guarda-costas terá realizado manobras de respiração boca a boca na ‘estrela’ do futebol mundial, antes da chegada dos médicos.
O julgamento dos sete profissionais de saúde, que se iniciou a 11 de Março e deverá prolongar-se até Julho, é focado na alegada negligência que poderá ter contribuído para a morte de Maradona, ocorrida a 25 de Novembro de 2020.
As penas para os réus, se condenados, poderão variar entre os oito e os 25 anos de prisão. Até ao momento, os acusados negam qualquer responsabilidade na morte do campeão mundial de 1986.