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Tribunal de Contas do Senegal revela anomalias na gestão financeira durante mandato de Macky Sall

O Tribunal de Contas do Senegal emitiu um relatório alarmante que denuncia várias insuficiências e irregularidades na gestão das finanças públicas do país entre 2019 e 2024, durante o mandato do antigo Presidente Macky Sall. 

O documento, que foi solicitado pelo actual primeiro-ministro, Ousmane Sonko, aponta para um estado preocupante das contas públicas.

Segundo as conclusões do tribunal, o total da dívida pendente da administração orçamental central, a 31 de Dezembro de 2023, atingiu a impressionante cifra de 99,67% do Produto Interno Bruto (PIB), uma taxa significativamente superior àquela previamente divulgada pelo governo. O relatório foi amplamente divulgado pela agência francesa de notícias France-Presse (AFP) e pela Lusa.

O primeiro-ministro Sonko, que tem sido crítico da administração anterior, acusou Macky Sall de manipular as contas públicas, especialmente em relação ao défice orçamental e à dívida reportada a parceiros internacionais. O relatório revela que o défice orçamental, que o antigo governo afirmava ser de 4,9% do PIB, na verdade, foi reconstruído pelo Tribunal em cerca de 12,3% para o ano de 2023.

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No final de Dezembro de 2023, Sonko descreveu o estado das finanças públicas como “catastrófico”, apontando para um défice orçamental de 10,4% e uma dívida pública que representa 76,3% do PIB. O relatório do Tribunal de Contas também constatou várias discrepâncias, incluindo anomalias no sobrefinanciamento de projectos estatais e deficiências na gestão de depósitos bancários.

Além disso, o tribunal destacou a existência de “dívidas bancárias significativas contraídas fora do circuito orçamental” e que não estavam registadas nas contas do Estado, bem como “levantamentos de recursos externos superiores aos declarados” pelo governo anterior.