Sociedade Hospital Central regista 11 feridos em tumultos relacionados com greves e manifestações

Hospital Central regista 11 feridos em tumultos relacionados com greves e manifestações

O Hospital Central de Maputo (HCM) tem enfrentado uma intensa carga de trabalho desde o início dos tumultos em Moçambique, a 31 de Outubro. 

Durante uma conferência de imprensa, o director do Serviço de Urgência de Adulto, Dino Lopes, confirmou que, desde então, 11 pacientes com traumas foram hospitalizados, dos quais nove permanecem internados e dois já tiveram alta.

Lopes destacou que o HCM tem implementado uma “escala de contingência” para garantir o atendimento adequado a todos os utentes que recorrem à unidade hospitalar, em resposta à convocação de greves e manifestações lideradas por Venâncio Mondlane, que começaram no último dia de Outubro. Contudo, alertou para o risco de apedrejamento das ambulâncias sempre que estas se dirigem aos locais dos tumultos para prestar socorro.

“A nossa operação está condicionada. Os colegas sentem receios em se deslocar a bairros periféricos devido aos tumultos, o que dificulta o acesso aos feridos. Esta situação gera uma sobrecarga no serviço, que se mantém activo 24 horas por dia”, afirmou o porta-voz do HCM.

Venâncio Mondlane, candidato presidencial pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), convocou uma greve geral e manifestações que se estenderão por uma semana. No dia 7 de Novembro, estão previstas marchas na capital, Maputo, como parte da contestação aos resultados das eleições gerais realizadas a 9 de Outubro.

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As recentes manifestações, que ocorreram nos dias 21, 24 e 25 de Outubro, resultaram em violentos confrontos com a polícia, que provocaram pelo menos 10 mortes, dezenas de feridos e 500 detenções, segundo o Centro de Integridade Pública, uma organização não-governamental que monitora os processos eleitorais no país.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) declarou, a 24 de Outubro, a vitória de Daniel Chapo, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde 1975, com 70,67% dos votos. Venâncio Mondlane, que obteve 20,32% dos votos, contestou os resultados, que ainda aguardam validação e proclamação pelo Conselho Constitucional.

O clima de incerteza e tensão política persiste em Moçambique, à medida que a população aguarda a resolução dos conflitos que têm marcado o país nas últimas semanas.