O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) anunciou que o número de vítimas dos bombardeamentos contra dois campos de deslocados no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) aumentou para 18.
Os ataques ocorreram na última sexta-feira, atingindo os campos de Lac-Vert e Mugunga, próximos à cidade de Goma, capital da província do Norte do Kivu.
Segundo informações do OCHA, 32 pessoas ficaram feridas, sendo que 27 delas estão em estado grave, a maioria mulheres e crianças. As operações humanitárias foram retomadas nos locais afetados após uma pausa quase total.
O Governo congolês e os Estados Unidos atribuíram os ataques ao Ruanda e ao grupo rebelde M23. Em resposta, o Ruanda culpou o grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), que colabora com o exército congolês. O M23 negou envolvimento, mas evidências indicam que os ataques partiram da linha de frente entre o M23 e o exército congolês, próximo à cidade de Sake.
O M23, formado em 2012, voltou à atividade no final de 2021, conquistando territórios no Kivu do Norte e deslocando centenas de milhares de pessoas. O grupo controla estradas estratégicas que ligam Goma ao resto do país, aumentando as tensões entre a RDCongo e o Ruanda.
O leste da RDCongo enfrenta um conflito desde 1998, alimentado por milícias rebeldes e pelo exército congolês, apesar da presença da missão de paz da ONU no país. A região é rica em recursos minerais, levando a disputas entre grupos armados e governamentais.