Autoridades sanitárias em Moçambique reportaram um surto de cólera que afetou 14.712 pessoas em cinco meses, resultando em 32 mortes, revelam dados oficiais recentes divulgados à Lusa.
O mais recente relatório do Ministério da Saúde, abrangendo o período de 1 de outubro de 2023 a 31 de março de 2024, revela uma taxa de letalidade estável de 0,2%. A província de Nampula lidera os casos, com 4.926 registados (33,5%), seguida de Tete (2.734 casos), Cabo Delgado (2.402 casos), Zambézia (2.282 casos), Sofala (1.571 casos), Niassa (428 casos), Manica (320 casos) e Maputo (49 casos).
O surto de cólera continua ativo em diversos distritos e cidades em todo o país, incluindo Erati, Mecuburi, Nacaroa e cidade de Nampula (Nampula), Pemba, Metuge e Mecufi (Cabo Delgado), Cahora Bassa, cidade de Tete e outros distritos (Tete), Gurué e Alto Molócue (Zambézia), Caia, Chemba, Nhamatanda e outros distritos (Sofala), Lichinga, Cuamba e outros distritos (Niassa), Guro, Macossa, Chimoio e outros distritos (Manica), e Moamba (Maputo).
Até 31 de março, 36 pacientes com cólera estavam hospitalizados em unidades de saúde do país.
Anteriormente, mais de 2,2 milhões de pessoas foram vacinadas contra a cólera em quatro províncias entre 8 e 12 de janeiro, numa campanha destinada a áreas mais vulneráveis.
A cólera é uma doença tratável, caracterizada por diarreia grave, podendo levar à morte por desidratação se não for tratada prontamente. É principalmente transmitida através de alimentos e água contaminados devido à falta de saneamento básico.
Em maio do ano passado, a Organização Mundial da Saúde alertou para um défice global de vacinas contra a cólera até 2025, prevendo que mil milhões de pessoas em 43 países possam ser afetadas pela doença, com Moçambique listado como um dos países de maior risco.