O Presidente do Senegal, Macky Sall, anunciou na quarta-feira que solicitará ao Conselho Constitucional um parecer sobre as recomendações de realização das eleições presidenciais após o término do seu mandato, permanecendo em funções até a posse do sucessor.
As eleições, originalmente agendadas para o último domingo, foram adiadas por Macky Sall poucas horas antes do início da campanha eleitoral, em 3 de fevereiro, e foram remarcadas para 15 de dezembro.
Conforme comunicado emitido pela Presidência, Macky Sall encaminhará o assunto ao Conselho Constitucional para que este emita uma opinião sobre as conclusões e recomendações do ‘diálogo nacional’, um evento convocado por Sall que ocorreu na segunda e terça-feira.
O Presidente receberá o relatório com as conclusões do ‘diálogo’ na próxima segunda-feira, conforme detalhado no comunicado, que não especifica quando ele se pronunciará sobre essas recomendações, especialmente em relação à data das eleições.
O ‘diálogo nacional’ propôs que o mandato de Sall, que se encerra em 2 de abril, seja estendido até a posse do seu sucessor, e os participantes do evento também defenderam que não há condições para convocar eleições antes do final do mandato.
A oposição optou por boicotar o ‘diálogo nacional’, uma iniciativa presidencial destinada a buscar um consenso sobre a data das eleições e resolver a grave crise que o país enfrenta.
A repressão das manifestações de protesto resultou em quatro mortes e dezenas de detenções.
O comunicado da Presidência também destaca que o Governo senegalês aprovou na quarta-feira um projeto de lei que concede anistia pelos atos cometidos durante os distúrbios que assolaram o país nos últimos três anos, no contexto da crise em torno do adiamento das eleições presidenciais.
Esta medida de anistia foi proposta por Macky Sall com o objetivo de “acalmar o clima político, promover a reconciliação e superar” as tensões, de acordo com a ata do Conselho de Ministros.