Foi lançada esta quinta-feira, a segunda fase do projeto de Integração elétrica entre Moçambique e Maláui, uma cerimónia ocorrida em Tete, no centro de Moçambique, e que contou com a presença do chefe de Estado do Maláui, Lazarus Chakwera, que efetua desde ontem uma visita de trabalho a Moçambique.
A infraestrutura, com uma extensão de 218 quilómetros, está orçada em 62 milhões de dólares (52 milhões de euros), dos quais 35 milhões de dólares (32 milhões de euros) serão usados para construção da linha na parte do território moçambicano (com 142 quilómetros) e o restante para parte da infraestrutura que está no Maláui, segundo dados enviados à Lusa pela empresa pública Eletricidade de Moçambique.
Com a concretização deste projecto em Novembro de 2023, Malawi passará, pela primeira vez, a receber energia eléctrica de Moçambique, numa quantidade substancial que, numa primeira fase, será de 50 megawatts.
“Malawi é um dos 10 países, à semelhança da Tanzânia e Angola, ainda não interligados com a região da SADC, a nível da rede de transporte de energia. Por isso, o acto que hoje testemunhamos constitui, como o Presidente Chakwera disse aqui, um verdadeiro marco histórico nas relações entre ambos os povos, bem como para a região. Estes resultados são fruto da determinação para revitalizar a cooperação entre os dois países, no decurso do encontro que mantive com a Vossa Excelência Presidente Chakwera em Songo e, por essa razão, permita-me, mais uma vez, endereçar o meu reconhecimento pela vossa ampla visão, dedicação e colaboração frutífera”, declarou o Presidente da República, Filipe Nyusi.
Trata-se de um projecto co-financiado pelo Banco Mundial e pelos governos da Alemanha e Noruega, que vai diminuir o défice energético naquele país vizinho.
“Este projecto irá, sobremaneira, dar alento ao Malawi no uso de recursos energéticos em diversas circunstâncias. Esta interligação irá reduzir a lacuna na procura e oferta deste recurso, bem como impactar na agricultura, manufactura e prestação de serviços. Vai potenciar o nosso sistema eléctrico, diversificando várias fontes de energia e permitir que haja uma redundância nos sistemas de fornecimento de energia eléctrica. Esta linha será uma forma de rendimento para o Malawi, quando o país começar a exportar energia, também, para a região”, disse o Presidente malawiano, Lazarus Chakwera.
O projeto, que vai criar cerca de 1600 empregos e tem uma capacidade de transmissão de 400 kV (quilovolt), está na mesa desde 1998, mas o acordo foi assinado apenas em 2013. A infraestrutura vai partir da subestação de Matambo, na província de Tete, até à fronteira com o Maláui, em Zobué, onde as obras começaram há seis meses.