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Manifestantes e forças de segurança foram mortos durante os violentos protestos no Cazaquistão

Militares disparam sobre manifestantes para travar onda de protestos violentos. O Rússia enviou tropas para ajudar governo cazaque.

Dezenas de manifestantes e pelo menos 18 membros das forças de segurança foram mortos durante os violentos protestos que tomaram conta do Cazaquistão nos últimos dias. O governo pediu ajuda à Rússia, que enviou tropas para ajudar a conter a fúria popular, que começou como um protesto pacífico contra a subida do preço dos combustíveis, mas rapidamente se transformou numa revolta contra décadas de corrupção e autoritarismo.

Segundo jornalistas em Almaty, antiga capital e maior cidade do país, a praça central era na quinta-feira um autêntico campo de batalha, com tiros, explosões e corpos caídos na rua. Manifestantes ocuparam e incendiaram edifícios governamentais, incluindo a câmara municipal e uma residência presidencial e ocuparam durante algumas horas o aeroporto. Há centenas de feridos e mais de duas mil pessoas foram detidas.

Um destacamento de paraquedistas russos chegou na madrugada desta sexta-feira ao país para ajudar as forças de segurança a repor a ordem, na sequência de um pedido de ajuda do presidente Kassym-Jomart Tokayev. Este destacamento inicial será seguido por uma “força de manutenção de paz” da Organização do Tratado de Segurança Coletiva constituída por tropas da Bielorrússia, Arménia, Tajiquistão e Quirguistão.

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Além do preço dos combustíveis, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o ex-presidente Nursultan Nazarbayev, que deixou o poder em 2019 após liderar o país com mão de ferro desde a independência, e que até esta semana estava à frente do poderoso e influente Conselho de Segurança Nacional.

Foi demitido por Tokayev numa tentativa de acalmar os protestos, depois de o presidente ter também demitido o governo e suspendido por seis meses a subida dos combustíveis, medidas que não foram suficientes para acalmar a fúria dos manifestantes.