Mais de 100 terroristas foram mortos e pelo menos 350 civis resgatados pelas forças militares ruandesas, incluindo mulheres e crianças, na região norte de Cabo Delgado, disse o embaixador do Ruanda em Moçambique.
Claude Nikobizanzwe, que falava por videoconferência num seminário do Instituto de Estudos de Segurança (ISS) de Pretória, sobre o combate aos ataques em Cabo Delgado, referiu que a intervenção militar bilateral era “inevitável para estancar a insurgência terrorista” no norte do país vizinho.
Na sua intervenção, o diplomata explicou que a intervenção militar do Ruanda na região de Cabo Delgado acontece em resposta a um pedido do Governo moçambicano no âmbito de um acordo de segurança assinado com Moçambique, em 2015.
De acordo com a mesma fonte, cerca de 50.000 deslocados internos foram reassentados em Palma e aldeias vizinhas.
Sobre os termos do acordo bilateral de intervenção militar no norte de Moçambique, o embaixador ruandês remeteu para o Governo moçambicano a sua divulgação pública.
Todavia, o porta-voz da Defesa Nacional de Moçambique, Omar Saranga, que participou no evento em representação do ministro Jaime Neto, escusou-se a precisar o mandato temporal da intervenção das várias forças militares estrangeiras na região norte de Moçambique, assim como a quantificar o modelo de financiamento, incluindo bilateral e multilateral.
Nesse sentido, questionado pela Lusa sobre a compra direta de armamento pelo Governo de Moçambique à África do Sul, o porta-voz da Defesa moçambicano frisou: “é meu entendimento de que não faz parte deste tema”.
Mais de 20 países ajudam Moçambique na luta contra o terrorismo na província de Cabo Delgado, região norte do país, segundo o Instituto de Estudos de Segurança de Pretória (ISS).
Um estudo do Instituto de Estudos de Segurança (ISS) de Pretória, divulgado ontem, adverte que a coordenação entre as várias missões militares estrangeiras e a adaptação da formação a ser fornecida às Forças Armadas moçambicanas “é vital para garantir respostas eficazes”.