Uma fonte de água para mais de 3000 pessoas. Esta é a realidade de Palussança, na Ilha de Matemo. A falta de água potável na zona é algo novo nesta ilha do arquipélago das Quirimbas, província de Cabo Delgado, resultado de vários factores combinados – aumento demográfico devido ao terrorismo, desastres naturais e, possivelmente, mudanças climáticas.
A presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) visitou recentemente a ilha de Matemo, com objectivo de se inteirar da situação de assistência humanitária de milhares de pessoas, vítimas das acções de grupos terroristas, que desde 2017 assolam a província de Cabo Delgado.
Na ilha, Luísa Meque viu as condições dos deslocados que vivem na aldeia de Palussança e disse ter saído com a impressão de que, apesar dos desafios existentes, relacionados com a escassez de alimentos, material de construção, entre outros, as pessoas estão a reerguer-se.
Meque reconheceu que o problema da falta de água, apresentado com maior insistência pelos deslocados, deve merecer atenção especial e urgente. Vivem em Palussança pouco mais de 3000 deslocados, idos dos distritos de Macomia, Mocímboa da Praia, Palma e Quissanga.
A falta de água para consumo e higiene pode degenerar em problema de saúde pública, devido à exposição de pessoas às doenças de origem hídrica e da pele, admitem as autoridades.