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Conflitos entre etíopes e o Povo de Tigray intensificam-se no norte da Etiópia

Ataques aéreos e terrestres das tropas etíopes contra os combatentes da Frente de Libertação do Povo Tigray intensificam-se na região do norte da Etiópia. Líderes mundiais reforçam apelos a um cessar-fogo urgente.

A ofensiva lançada há uma semana pelas forças governamentais etíopes e os seus aliados contra as forças rebeldes da região de Tigray, no norte do país, está a intensificar-se, segundo um porta voz da Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), que aponta para inúmeras baixas.

Em declarações à agência de notícias Reuters, Getachew Reda adiantou que o exército etíope e os seus aliados da região de Amhara estão a combater as forças de Tigray em diversas frentes, nas regiões vizinhas de Amhara e Afar.

Hailemariam Ambaye, chefe de segurança do governo da região de Amhara, confirma os ataques, garantindo que “as forças governamentais continuam a ofensiva para retomar os territórios ocupados. As tropas TPLF estão a tentar resistir, mas veremos o resultado. Neste momento, a ofensiva começou em todas as frentes e em breve daremos pormenores”.

Nem o exército nem o Governo reconhecem a nova ofensiva que a TPLF diz ter tido início com ataques aéreos, na semana passada, dias depois da tomada de posse do primeiro-ministro Abiy Ahmed para um novo mandato de cinco anos.

Milhares de civis foram mortos e milhões forçados a abandonar as suas casas desde que a guerra começou em Tigray. Pelo menos 75.000 pessoas estão atualmente refugiadas no vizinho Sudão. Inicialmente, as TPLF foram forçadas a recuar, mas conseguiram recuperar a maior parte da região em julho, avançando para as regiões vizinhas de Ahmara e Afar.

Amhara reivindica parte de Tigray, com terras férteis e uma importante fronteira estratégica com o Sudão. A área tem estado sob controlo de Amhara desde o início dos combates. As fronteiras de Tigray estão agora rodeadas por forças hostis e a Organização das Nações Unidas acusa o Governo de travar a ajuda alimentar a centenas de milhares de pessoas – uma acusação que as autoridades etíopes rejeitam.