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Casos de gravidez precoce tendem a aumentar em África devido a pandemia da Covid-19

Os sucessivos encerramentos a que obrigou a pandemia da Covid-19 fizeram aumentar a gravidez na adolescência em África. Várias organizações alertam para a regressão na educação e saúde.

Nos países africanos estão a aumentar os casos de gravidez na adolescência, como consequência dos encerramentos provocados pela pandemia da Covid-19. As agências de ajuda internacional veem motivos de preocupação e alertam para as consequências a longo prazo na vida destas jovens. Segundo a UNICEF, problemas na gravidez e no parto estão entre as principais causas de morte de mulheres com idades entre os 15 e os 19 anos.

Por causa da pandemia, muitos centros de acolhimento para adolescentes e jovens adultos em situações de emergência, assim como escolas, encontram-se fechados. Ou seja, explica a organização africana “Amref Health Africa” no Quénia, na falta destas estruturas de segurança, as jovens acabam por ficar desprotegidas contra o abuso sexual e sem ninguém para as educar sobre a saúde sexual e reprodutiva. Esta é uma tendência, diz a Amref, que se regista em todo o continente.

Também no Uganda, alertou, recentemente, o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), a pobreza crescente é uma das razões para o aumento do número de casos de gravidez na adolescência. “Aqueles que são pobres tendem a casar, é como se fosse um negócio. Porque os pais recebem dinheiro da parte da família da noiva, ou às vezes gado”, explica à DW, Edson Muhwezi, representante do UNFPA, que acrescenta que a Covid-19 veio piorar a situação.

Segundo o governo ugandês, antes da pandemia, uma em cada quatro raparigas engravidava na adolescência. Agora, nas aldeias, é quase uma em cada três.