A fundação de Jacob Zuma considerou na quarta-feira (30) “inconstitucional” a condenação de prisão por corrupção contra o ex-presidente sul-africano, que tem até domingo para se apresentar à delegacia.
O ex-chefe de Estado, de 79 anos, foi condenado pela mais alta corte do país a 15 meses de prisão, em uma decisão para a qual não cabe mais recurso. No dia seguinte à condenação, Zuma apareceu sorridente em fotos publicadas no Twitter.
Em 24 horas, a notícia provocou convocações nas redes sociais. Simpatizantes de Zuma, um líder carismático e provocador, se deslocaram até a residência do ex-presidente em Nkandla, no leste da África do Sul.
Caso Zuma não se apresentar à delegacia nos próximos dias, a polícia recebeu ordens de detê-lo e levá-lo à prisão para que cumpra a pena.
Possivelmente contando com uma onda de apoio popular, a Fundação Jacob Zuma rejeitou em comunicado uma sentença “não conforme a nossa Constituição” e acusa os juízes de terem se deixado levar por seus “sentimentos” e “raiva”.
O ex-presidente é acusado de ter saqueado dinheiro público durante seus nove anos no governo (2009-2018). Ele foi forçado a renunciar por uma série de escândalos.
Desde a criação, em 2018, da comissão encarregada de apurar a corrupção estatal, Zuma tem multiplicado as manobras para não precisar dar explicações.
De acordo com sua fundação, juízes que “não estão acima da lei” têm “favorecido” uma comissão cuja legitimidade foi questionada por Zuma, que a acusa de “parcialidade”.