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Os saques estão se tornando uma visão comum na Nigéria, à medida que o país sofre as consequências econômicas da pandemia do coronavírus.
Na segunda-feira (26), um armazém contendo alimentos destinados às famílias pobres afetadas pelo COVID-19 foi esvaziado em Abuja, relatou um jornalista da AFP.
Moradores da capital federal saquearam um depósito do Cacovid, fundo privado de luta contra a Covid-19 que financia um banco de alimentos.
A pé ou de moto, centenas de moradores cruzaram a cidade carregados de caixas de alimentos.
A Nigéria, primeira potência econômica do continente africano graças ao seu petróleo, é também o país do mundo com o maior número de pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza.
“Estamos com fome, você deve entender”, disse um dos saqueadores à AFP em uma voz desesperada. “Há bastante comida neste país, mas seu povo está sofrendo. O governo está brincando connosco, deixando essa comida em depósitos”.
Toda a ajuda alimentar não foi distribuída porque “optamos por manter reservas estratégicas em antecipação a uma segunda onda de coronavírus”, disseram vários governadores nigerianos em um comunicado à imprensa.
A Nigéria, primeira potência econômica do continente africano graças ao seu petróleo, é também o país do mundo com o maior número de pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza.
Nos últimos dias, moradores de várias cidades do país invadiram e saquearam hangares em Lagos, a capital econômica, em Jos (Centro), Port Harcourt (Sudoeste) ou Abuja.
O saque ocorreu após várias semanas de violência na Nigéria, onde manifestações de jovens contra a violência policial e o poder central degeneraram e foram reprimidas com violência.
Pelo menos 56 pessoas morreram desde meados de outubro nos protestos, segundo a ONG Anistia Internacional.