Internacional Covid-19: Governo timorense promove regresso às aulas em segurança

Covid-19: Governo timorense promove regresso às aulas em segurança

O Governo timorense lançou esta segunda-feira 27, em colaboração com a Unicef, uma campanha que visa promover o regresso às aulas, em segurança, no quadro da resposta à pandemia da covid-19, que obrigou ao encerramento das escolas várias semanas.

A iniciativa de “recuperação da aprendizagem em segurança”, foi lançada hoje numa escola na zona de Becora, na parte leste da cidade de Díli, pelo vice-ministro da Educação, António Guterres e pela responsável do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Timor-Leste, Valérie Taton.

Receios sobre a covid-19 e, posteriormente, a aplicação do estado de emergência durante três meses, levaram o Governo a encerrar as aulas nas escolas do país entre final de Março e o final de Junho.

Desde aí, as autoridades têm vindo a abrir progressivamente os centros de ensino que têm de, antes, cumprir um conjunto de critérios que garantam, por exemplo, locais para lavagem e desinfecção de mãos.

Dados do Ministério da Educação, Juventude e Desporto indicam que, até ao momento, mais de 90% das escolas e praticamente todos os centros de ensino superior e vocacional já estão abertos, segundo disse à Lusa o ministro da tutela, Armindo Maia.

Ainda assim em alguns locais o número de horas de ensino continua reduzido.

“Cerca de 90% das escolas estão reabertas. O processo de reabertura inclui uma equipa integrada do Ministério da Educação e da Saúde, que certifica o cumprimento dos sete requisitos”, explicou Maia.

“Há um entusiasmo grande para as crianças voltarem à escola, apesar de em algumas áreas, com pouco acesso a saneamento e água corrente, haver maiores dificuldades”, notou.

Em alguns casos, como ocorre em Manatuto, por exemplo, a solução “foi de alguma criatividade”, com os alunos a trazerem garrafas de água de casa que juntam em baldes na escola para poderem lavar as mãos.

“Obviamente que esta situação da covid-19 mostrou que há carências nas infra-estruturas básicas do sector educativo e por isso, em 2021, estamos a prever, pelo menos, a construção ou reabilitação de cerca de 700 salas de aula, se possível incluindo com abastecimento de água”, disse.

Armindo Maia, que tomou posse recentemente, disse que a aposta continuará a ser no desenvolvimento de infra-estruturas básicas para os centros de ensino, mas ao mesmo tempo continuar a investir na formação de professores.

“Uma das minhas prioridades tem a ver com a formação dos professores do ensino técnico-profissional e vocacional, que em muitos acaba por diferir pouco do ensino geral. Vamos ver se conseguimos equipar as escolas e formar os professores para as áreas mais técnicas e profissionais”, disse.

No período em que as aulas estiveram encerradas, o Ministério da Educação aplicou um programa de ensino à distância, com aulas transmitidas pela televisão pública, a RTTL.

Taton saudou os esforços do Governo, com o envolvimento dos Ministérios da Saúde e da Educação, em avançar na reabertura das escolas “com segurança” e tendo em conta as medidas de prevenção contra a covid-19.

No âmbito da acção, explicou, a Unicef vai promover um seminário nacional, direccionado para responsáveis nacionais e regionais do sector educativo, sobre que medidas adicionais de prevenção devem ser tomadas.

Vai ser ainda realizada uma campanha nos meios de comunicação social, com actividades para encorajar o regresso às aulas.