Nacional Bispos moçambicanos alertam para “crise social profunda” no país

Bispos moçambicanos alertam para “crise social profunda” no país

A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), que junta bispos católicos do país, considera que a pandemia de covid-19 vai provocar uma “crise social profunda”, agravando a pobreza entre a população.

Apandemia provocará uma crise profunda com muitas consequências em Moçambique, sobretudo de ordem social”, refere a CEM, em nota pastoral divulgada hoje, após a primeira sessão ordinária do organismo.

A CEM assinala que Moçambique está a viver uma recessão económica grave, com consequências sociais drásticas, como aumento da pobreza, desemprego, fome, instabilidade social, criminalidade, medo e perda de qualidade de vida.

“Neste tempo da pandemia, nota-se o crescimento da pobreza urbana em muitas regiões, havendo situações de desespero sobre o futuro das famílias e situações crescentes de famílias que passam fome, por causa do impedimento dos negócios da rua e a perca do emprego e ausência de remessas das quais dependem as famílias”, lê-se na nota pastoral.

A CEM considera que há divulgação insuficiente das normas de prevenção e de combate à covid-19. “Há grupos desinformados e apáticos no cumprimento das normas recomendadas, tanto nas cidades, principalmente, como nas zonas rurais”, diz a carta.

Ainda assim, os bispos católicos reconhecem que, “em Moçambique, país sujeito a tantas pandemias e onde o sistema e as condições de saúde são precários, gradualmente a população foi tomando consciência do risco de ser infetada pelo novo coronavírus“.

A CEM elogia o empenho do Governo na prevenção e combate à covid-19, felicitando a abordagem coordenada e abrangente das autoridades.

Moçambique tem um cumulativo de 38 casos positivos de covid-19 e quatro óbitos.

O país vive em estado de emergência desde 01 de abril, prorrogado por duas vezes até 29 de junho.

Estão em vigor várias restrições: todas as escolas estão encerradas, espaços de diversão e lazer também estão fechados, estão proibidos todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos essenciais para tratar

pandemia de covid-19 já provocou mais de 438 mil mortos e infetou mais de oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.