As autoridades francesas publicaram um decreto para controlar a distribuição do Plaquenil, medicamento derivado da cloroquina que tem sido testado como possível tratamento para a Covid-19.
Desde a divulgação de estudos sobre o seu uso no tratamento do coronavírus, o remédio tem sido muito procurado nas farmácias. Essa busca acendeu o alerta de associações de pacientes que usam o medicamento de maneira crónica para uma possível falta.
O decreto prevê, principalmente, a limitação da distribuição de Plaquenil nas farmácias somente para indicações médicas estritas (artrite reumatóide, lúpus e prevenção de lucites – alergias ao sol). O texto também estabelece a proibição de exportar especialidades que contenham hidroxicloroquina, e também medicamentos contendo a combinação lopinavir / ritonavir, antivirais também testados contra a Covid-19.
Trata-se de “proteger” os pacientes que precisam desses medicamentos e “evitar os riscos de falta” do tratamento por causa de prescrições “sem justificativa”, disse à AFP o Dr. Dominique Martin, director geral da ANSM.
As autoridades de saúde disseram na terça-feira (24) que “não havia escassez” de medicamentos à base de cloroquina, mas associações de doentes crónicos reclamam de atrasos nas entregas, temendo que não pudessem continuar o tratamento de doentes.
A ANSM foi “alertada para as dificuldades de conseguir obter em farmácias tratamentos com Plaquenil” e, em menor medida, o Kaletra (antirretroviral que combina lopinavir / ritonavir) e seu genérico.
Alerta aos profissionais
O decreto também confirma, como anunciado pelo Ministro da Saúde, Olivier Véran, que, a título excepcional, “a hidroxicloroquina e a combinação lopinavir / ritonavir podem ser prescritas, distribuídas e administradas sob a responsabilidade de um médico para pacientes afectados pela Covid-19 “.
No entanto, o tratamento deve ser feito “nas unidades de saúde que recebem os pacientes e para dar continuidade do tratamento em casa, se a sua condição permitir, e com a autorização do médico”.
Essas medidas são baseadas no parecer do Alto Conselho Superior de Saúde Pública (HSCP) publicado na terça-feira, que exclui, fora do protocolo de estudo, o uso de hidroxicloroquina na profilaxia (prevenção e tratamento), excepto “para casos mostrando sinais de gravidade “.
O Plaquenil só pode ser comprado com receita médica assim como outros medicamentos à base de cloroquina, que podem apresentar riscos se forem usados sem acompanhamento médico apropriado, particularmente para cardíacos e os que têm problemas na retina.
A ANSM lembra ainda as contraindicações do Kaletra (ou genérico), exigindo que os farmacêuticos distribuam os medicamentos segundo “as indicações médicas habituais”.
A Agência pediu aos laboratórios Sanofi (Plaquenil), Abbvie (Kaletra) e Mylan (genérico do Kaletra) para “entregar assim que possível e em quantidades suficientes para os distribuidores e as farmácias”.














