Internacional Pelo menos 15 migrantes morreram de fome e sede no mar

Pelo menos 15 migrantes morreram de fome e sede no mar

Pelo menos 15 migrantes morreram de fome e de sede depois da embarcação em que viajavam ter avariado e ter ficado à deriva vários dias no mar entre o Djibuti e o Iémen, divulgou na terça-feira a ONU.

“Os migrantes estavam a viajar do Djibuti para o Iémen quando a embarcação de traficantes avariou. Aqueles que estavam a bordo relataram que vidas foram perdidas por causa da fome, sede e de casos de afogamento intencional, enquanto alguns morreram no Iémen porque não conseguiram chegar a tempo a unidades de saúde”, anunciou, na terça-feira à noite, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) numa sequência de mensagens publicada na rede social Twitter.

Em outra mensagem, a agência da ONU chefiada por António Vitorino precisou que mais de 90 migrantes oriundos da Etiópia ficaram retidos durante uma semana na embarcação avariada, sem comida e sem água, situação que provocou a morte de pelo menos 15 pessoas.

A OIM informou ainda que as suas equipas de saúde e de protecção estão já no terreno para prestar toda a ajuda necessária aos sobreviventes, especificando o caso concreto de uma pessoa.

No entanto, a agência da ONU admitiu que o paradeiro da maioria dos sobreviventes é, neste momento, desconhecido.

Os migrantes oriundos de países do Corno de África, como Etiópia, Quénia, Somália, Sudão ou Uganda, passam pelo Djibuti antes de avançarem para a perigosa travessia marítima em direção à cidade de Aden, no sul do Iémen.

Já em Aden, os migrantes tentam geralmente ir para os países ricos do Golfo à procura de trabalho. Alguns não sobrevivem à travessia, enquanto outros ficam em acampamentos.

Segundo a ONU, mais de 150 mil migrantes chegaram ao Iémen durante o ano passado apesar do conflito civil que afecta o país.

O Iémen é palco de uma guerra desde 2014, entre os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi.

Os rebeldes controlam vastas áreas nas regiões oeste e norte do país, incluindo a capital iemenita, Sanaa.

Desde Março de 2015, as forças governamentais são apoiadas por uma coligação militar internacional árabe, cujos principais pilares são a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

JN