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Líder da Renamo acusa Governo de violar memorando de entendimento sobre processo de paz

O líder interino da Renamo, Ossufo Momade, disse esta terça-feira (18) que o memorando de entendimento alcançado entre a liderança do seu partido e o Presidente Filipe Nyusi no âmbito dos esforços para o alcance de uma paz duradoura em Moçambique não prevê a nomeação de oficiais do seu partido para o exército interinamente.

Ossufo Momade disse ainda que ao abrigo do memorando, a Renamo submeteu ao Governo nomes de 14 oficiais para serem nomeados, tendo sido conduzidos a postos de chefia apenas três.

Momade reage às declarações do titular da Defesa

O líder interino da Renamo reagia às declarações  do ministro da Defesa, Atanásio Mtumuke, o qual afirmou há dias que a nomeação interina de três oficiais do maior partido da oposição para o exército não violava o memorando de entendimento.

“Preocupa aos moçambicanos o facto de o ministro da Defesa Nacional pretender ignorar e desrespeitar este memorando de entendimento, o que dá a entender a existência de dois comandos no seio das Forças de Defesa e Segurança”, afirmou Ossufo Momade.”Solicitamos ao Presidente da República na sua qualidade de subscritor do Memorando de Entendimentopara corrigir as nomeações interinas e proceder ao cumprimento desse documento. A bem da nação solicitamos também a celeridade nos passos subsequentes”.

Indignação e preocupação

O líder interino da Renamo disse a jornalistas falando via teleconferência que manifestou a sua indignação e preocupação relativamente a implementação do memorando ao grupo de contacto internacional para a paz em Moçambique num encontro mantido na semana passada.

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“Asseguramos a esses parceiros o compromisso do partido Renamo de prosseguir com as negociações, sobretudo comprometemo-nos a respeitar o Memorando de Entendimento subscrito por nós e pelo Presidente da República no dia seis de agosto de 2018, pelo que também exigimos o seu cumprimento pela contraparte”.

A missão do grupo de contacto era constituída pelo respetivo Presidente, o embaixador da Suíça, Mirko Manzoni, o co-presidente do grupo e embaixador dos Estados Unidos da América, Dean Pittman, o embaixador da União Europeia, Antonio Sánchez-Benedito, e o alto comissário do Botsuana, Gobe Pitso.

Grupo de contacto satisfeito com o diálogo

O grupo de contacto afirmou na ocasião através de um comunicado ter ficado “satisfeito com o diálogo com a Renamo e com a confirmação do seu compromisso de manter a paz e a implementação do memorando de entendimento sobre o processo de Desmilitarização, desmobilização e Reintegração das forças residuais do partido”.

Durante a teleconferência desta terça-feira, o líder interino da Renamo voltou a rejeitar os resultados das eleições autárquicas de 10 de Outubro, afirmando que foram fraudulentas.

“Reiteramos o nosso apelo ao Presidente da República, sociedade civil moçambicana, às confissões religiosas e à comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, para, em conjunto, reporem a verdade eleitoral do dia 10 de Outubro”.

DW