“Meninas de nove anos estão fisicamente e espiritualmente prontas para o casamento”, disse um deputado malaio.
“Elas atingem a puberdade com a idade de 9 ou 12 anos. E nesse momento, seu corpo já é semelhante a quem tem 18 anos de idade. Sendo assim, não há barreiras para a menina se casar”, disse o parlamentar Shabudin Yahaya, um membro da Barisan Nasional Coalition.
Ele continuou dizendo que não há “nada de errado” com uma vítima de estupro casar com o homem que a estuprou, pois, fazê-lo, lhe permitiria evitar um “futuro sombrio”. “Talvez através do casamento eles possam levar uma vida melhor e mais saudável. E a pessoa que foi estuprada precisa não necessariamente ter um futuro sombrio. Ela terá um marido, pelo menos, e isso poderia servir como um remédio para crescentes problemas sociais”, acrescentou.
Os comentários de Shabudin provocaram indignação nas mídias sociais, e fez com que alguns políticos da oposição pedissem a sua demissão. No entanto, Shabudin não é o único deputado a favor de casamentos de crianças.
Na lei islâmica, as crianças menores de 16 anos podem se casar se os tribunais da Sharia permitirem. A lei civil da Malásia estabelece a idade mínima para o casamento é de 18 anos, e os outros pudessem casar com a permissão do ministro-chefe do seu estado.
O parlamento aprovou uma lei na terça-feira (4), que criminaliza o contacto e amizade de crianças com a intenção de abusá-las sexualmente, e delineia penalidades por fazer e possuir pornografia envolvendo menores de 18 anos.
Um tribunal especial será criado brevemente para lidar com casos de abuso sexual de crianças. A grande maioria do abuso sexual infantil na Malásia não resulta em processos judiciais bem-sucedidos, em grande parte devido à deficiências no sistema de justiça criminal.