Moçambique poderá até ao próximo ano realizar operações de reparação das fístulas obstétricas em todas as unidades sanitárias.
A informação foi tornada pública quarta-feira no âmbito da Primeira Reunião Nacional das Fístulas Obstétricas, realizada em Maputo.
Segundo o Ministro da Saúde, Alexandre Manguele apesar do esforço do Governo em garantir que mais mulheres tenham acesso ao tratamento, a realização das operações ainda é limitada, pois apenas 11 sanitárias do país fazem cirurgias regulares a fístulas obstétricas, aliado ao número limitado de médicos especialistas.
“Constatamos que ainda há um longo caminho a percorrer, pois apenas cerca de 20 por cento dos casos ocorridos anualmente é que têm acesso ao tratamento. Existem milhares de mulheres à espera de beneficiar de tratamento cirúrgico”, assegurou
Para Manguele há necessidade de se priorizar a prevenção, sensibilizando toda sociedade sobre a importância de se evitar o casamento e a gravidez antes dos 18 anos, bem como encorajar-se a mulher a realizar os partos nas unidades sanitárias.
Por sua vez, o porta-voz do encontro, Armando Melo, disse que trata-se de uma das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde (MISAU) para materializar a Estratégia Nacional de Prevenção e Tratamento desta enfermidade.
A fístula obstétrica consiste numa comunicação anormal entre a vagina e a bexiga e provoca a perda descontrolada e permanente da urina e/ou fezes por via vaginal, colocando a mulher numa situação de vergonha, em virtude do permanente odor desagradável que a estigmatiza.
O MISAU estima que, no ano passado, dos cerca de um milhão de partos realizados, mais de duas mil mulheres tenham desenvolvido a patologia, e apenas 357 foram tratadas.
A reunião que decorreu sob o lema “Rastreando a Fístula – Transformando Vidas”, juntou especialistas, professores, quadros do MISAU e parceiros.