Oito pessoas morreram na semana passada em consequência de dois acidentes de viação envolvendo camiões do empreiteiro China Road and Bridge Corporation, envolvido na construção da Circular de Maputo, e semi-colectivos de passageiros na estrada circular.
O primeiro acidente ocorreu no dia 15 de Fevereiro, na zona do círculo de Intaka, município da Matola, envolvendo um camião da China Road and Bridge Corporation e uma carrinha caixa aberta que transportava passageiros do Mercado Grossista do Zimpeto para Muhalaze. Três pessoas perderam a vida no acidente.
O segundo acidente ocorreu no cruzamento de Mumeno, distrito de Marracuene, província de Maputo, no passado dia 16 de Fevereiro, envolvendo também um camião da China Road and Bridge Corporation e uma carrinha de marca Isuzu, dupla cabine, de cor verde, que vinha da África do Sul com destino à província de Gaza. No local morreu o motorista da carrinha, e as outras quatro pessoas viriam a morrer no hospital. Esta informação foi confirmada este sábado por uma fonte do Governo do distrito de Marracuene.
O terceiro acidente ocorreu na tarde do dia 20 de Fevereiro, envolvendo também um camião da China Road and Bridge Corporation, de marca Sinotruk, com chapa de inscrição ACO 550 MP, e uma outra viatura de marca Ford Ranger, MLV 40-64. Aqui não houve vítimas humanas, mas o motorista da Ford Ranger contraiu ferimentos graves. Segundo a perícia feita pela Polícia, o motorista do camião foi culpado por ter tentado fazer ultrapassagem a uma viatura de marca Mercedes Benz, numa curva.
Testemunhas
Rosa Magaia, vendedeira de um estabelecimento comercial localizado na zona da quinta sessão da circular, que compreende o troço “Drive-In” e Tchumene, na Matola, diz ter testemunhado dois acidentes. O primeiro foi em Novembro do ano passado, em que dois camiões da empresa construtora colidiram, tendo um dos motoristas morrido entalado numa das viaturas no local.
O segundo foi na tarde da última quinta-feira quando um camião da construtora arrastou um carro de marca Ford Ranger em frente do estabelecimento onde trabalha. O motorista sofreu ferimentos graves. O seu carro ficou amolgado e o ocupante foi retirado por populares, já entalado.
“Os camiões chineses andam em alta velocidade. Não respeitam as curvas. As nossas casas estão vermelhas devido a poeiras. Em Novembro passado, acidentaram entre eles e um deles morreu no local do acidente”, disse Rosa Magaia.
Jacinto Nhantumbo, que testemunhou o acidente da zona do círculo de Intaka, disse que a carrinha que vinha do “Drive-In” circulava na sua faixa, quando de repente um camião chinês entrou em alta velocidade. O motorista do camião não conseguiu controlar o volante, tendo embatido violentamente na caixa aberta que ia a Muhalazi.
“Os camiões andam mal e dizem que a estrada é deles. Não respeitam as curvas. Mesmo na zona da Escola Primária de Mathemele passam em alta velocidade”, disse Nhantumbo.
“Circular”
A Estrada Circular de Maputo é uma via que poderá reduzir congestionamentos na EN1 e outras vias de acesso à capital.
A construção da estrada circular foi dividida em seis secções.
A primeira secção estende-se desde o Hotel Radisson até à ponte da Costa do Sol; a segunda vai desde a ponte da Costa do Sol até Marracuene; a terceira entre Chiango e “Drive-In”; a quarta de Marracuene a “Drive-In”; a quinta entre “Drive-In” e Tchumene, na Matola, e a sexta desde o nó da Machava até “Nwancacana”, na cidade de Maputo.