Moçambique desceu em cinco posições, ocupando agora a posição 79, no índice de liberdade de imprensa, divulgado esta quarta-feira pela Repórter sem Fronteiras (RSF), que analisa 180 nações. Foi objecto de análise, o período de Dezembro de 2012 a Outubro de 2013, e nota dominante é que nenhum outro país piorou tanto os níveis de liberdade de imprensa, como a República Centro Africana, com uma queda de 43 posições.
No caso de Moçambique, segundo Cléa Kahn-Sriber, responsável pelos países africanos dentro da RSF, citada pela DW “a queda deve-se principalmente a diversos factores que ocorreram ao longo do ano. Um jornalista foi atacado durante uma manifestação e mais recentemente outro jornalista foi espancado pelo exército. Esses ataques contra jornalistas contribuíram para a queda no ranking”, explica.
A organização Repórter sem Fronteiras ressalta que o ranking depende das condições de liberdade de imprensa nos países. Por meio de questionários qualitativos e quantitativos, a instituição averigua seis grandes temas relacionados com a liberdade de imprensa: pluralismo, independência mediática, ambiente de trabalho e autocensura, condições legais, transparência institucional e infra-estrutura. Como resultado um país pode ter de zero a cem pontos. Ou seja, total ou nenhuma liberdade de expressão.
Nos últimos anos em Moçambique, tende a crescer a influência do partido Frelimo sobre as redacções, principalmente nos órgãos do sector público com a indicação de directores que militam activamente no partido que passam a controlar os conteúdos e emitir programas de exaltação do actual poder político e diabolização da oposição e da sociedade civil. A nível privado também é notório o lobby do partido Frelimo para controlar os órgãos de comunicação e influenciar a indicação de editores inofensivos ao regime que se encarregam da propaganda.
Angola entre os piores
Apesar de ter melhorado sete posições, Angola ainda é o pior colocado entre os países lusófonos africanos. Em 2013, este país estava no lugar 130 e agora situa-se na posição 124. A Guiné-Bissau também apresentou melhorias na mesma proporção, ao passar da posição 92 para o 86.