A directora provincial da Saúde de Maputo, Cremilde Aly, disse que a maior parte das mulheres residentes nos distritos localizados na zona fronteiriça com África do Sul, como são os casos de Namaacha, Moamba, Boane e Matutuíne, optam por dar à luz nos hospitais sul-africanos e que por via disso os filhos acabam sendo registados naquele país vizinho.
Os subsídios financeiros que as autoridades sul-africanas têm atribuído a menores de 18 anos de idade que têm nacionalidade daquele país vizinho são apontados por Cremilde Aly como sendo a principal razão que levam muitas mães moçambicanas a preferirem dar à luz na África do Sul.
Para além de atribuir subsídio financeiro, as crianças com nacionalidade sul-africana têm facilidade de acesso ao ensino e outras regalias sociais.
“O que acontece é que na África do Sul, o governo oferece algumas regalias sociais a crianças recém-nascidas e uma dessas condições é um subsídio financeiro que às crianças é atribuído até completar 18 anos, disse Cremilde Aly para depois acrescentar “E por via disso que as mulheres residentes nos distritos fronteiriços preferem entrar ilegalmente nesse país vizinho para dar à luz nas unidades sanitárias como forma de obter nacionalidade sul-africana para garantir um bom futuro aos seus filhos”.
A outra causa apontada pela Cremilde Aly, como sendo um dos principais factores que levam a maioria das mulheres moçambicanas a desafiar a polícia sul-africana para dar à luz naquele país vizinho tem a ver com o facto das longas distâncias que as pessoas percorrem a nível da província de Maputo para poderem ter acesso a uma unidade sanitária.
Para inverter este cenário, segundo a directora provincial da Saúde de Maputo, as autoridades moçambicanas estão neste momento a criar uma série de incentivos às mulheres que derem à luz nas unidades sanitárias nacionais.
Segundo ela, trata-se de incentivos como enxovais para os recém-nascidos e produtos alimentares que neste momento são atribuídos às mulheres que dão à luz no território nacional,
Com esta iniciativa não só queremos que as mães prefiram dar à luz no território nacional como também evitar que este fenómeno alastre-se para outros pontos do País e que muitos moçambicanos tenham nacionalidade sul-africana.
Apesar de não ter fornecido um número exacto de crianças moçambicanas com nacionalidade sul-africana adquirida, a directora provincial da Saúde de Maputo diz existir no País muitas pessoas nesta situação.