Sociedade Adolescentes optam pela prostituição para sobreviver em Maputo

Adolescentes optam pela prostituição para sobreviver em Maputo

Sem avançar números, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), assegura que nas províncias moçambicanas, principalmente em Maputo e Tete, há cada vez mais adolescentes, geralmente de 14 anos de idade, que recorrem à prostituição para obter meios de sobrevivência, enquanto outro grupo, da mesma faixa etária, recorre à mendicidade.

Para a mesma instituição, o aumento da prostituição infantil e do número de crianças pedintes, é um problema que preocupa sobremaneira as organizações que trabalham na área de protecção social de crianças e trata-se de uma inquietação que, aparentemente, não é levada em consideração pelas pessoas que traçam política e tomam decisões no país.

De acordo com a especialista em gestão de conhecimento no UNICEF, Louise Daniels, as crianças que praticam tais actos indignos são movidas pela necessidade de sobrevivência. E basta reparar para o que acontecer diariamente nas principais artérias da cidade de Maputo para nos apercebermos do fenómeno da prostituição, por exemplo.

Relativamente às crianças da província de Tete, referiu-se que nas zonas próximas das empresas que exploram recursos tais como carvão mineral há mais adolescentes que se prostituem.

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Louise Daniels considera que, apesar da existência de numerosos instrumentos legais para a protecção da criança contra qualquer tipo de violência e abuso, a sua implementação continua aquém do desejável.

Num outro desenvolvimento, a colaboradora do UNICEF referiu-se a outro problema amplamente debatido na sociedade, mas, até aqui, difícil de refrear, nomeadamente o facto de haver crianças que continuamente trocam o banco da escola pela rua, onde mendigam e praticam a prostituição, pois encontram pessoas com algum poderio financeiro.

Rosário Torres, oficial de programas na Fundação Apoio Amigo, pensa que o problema levantado por Louise Daniels deve-se, em parte, ao facto de a maioria das famílias dependerem, exclusivamente, da agricultura de subsistência e sem nenhum outro rendimento que garanta a satisfação das suas necessidades básicas.

Rosário Torres e Louise Daniels falavam numa reunião anual de parceiros sobre a situação da criança em Moçambique, cujo lema foi “uma parceria pelos direitos da criança”.