A vítima do último caso de rapto ocorrido na cidade de Maputo conseguiu ludibriar os sequestradores e fugiu do cativeiro no bairro Bunhiça, posto administrativo da Machava, no Município da Matola.
A Polícia contou que a vítima, cujo nome foi ocultado por razões de segurança, logrou escapar após ser autorizada a ir tomar banho, tendo então escalado o muro do cativeiro, dando numa casa vizinha.
Foram os proprietários da casa vizinha que ajudaram a sequestrada a identificar a unidade policial mais próxima e denunciar os raptores.
A fuga permitiu às autoridades policiais identificar e deter parte dos membros do grupo dos raptores, nomeadamente as pessoas que eram vigilantes na casa que servia como cativeiro.
As autoridades policiais deslocaram-se ao local, mas quando lá chegaram os raptores tinham desaparecido abandonando duas metralhadoras do tipo AKM e as respectivas munições.
A Polícia deteve dois jovens e uma mulher identificados por I. Ngomane, 28 anos de idade, J. Fumo (24 anos) e J. Chongo (53 anos), respectivamente. Estes estavam encarregues de garantir a segurança da vítima do rapto.
Os três indivíduos negaram a sua ligação com os raptos, afirmando apenas que tinham sido usados e não sabiam e que nunca chegaram a ver a vítima.
I. Ngomane disse que apenas quis ajudar a sua antiga namorada a encontrar uma casa para arrendar, a mesma usada como cativeiro.
`Não sabia do que se tratava. A minha ex-namorada pediu que a ajudasse a arranjar uma casa e como sabia que o meu amigo tinha uma, eu facilitei o contacto entre os dois e o que aconteceu daí para a frente não sei´, disse Ngomane.
Por sua vez, J. Fumo confirmou a intervenção do I. Ngomane, acrescentando que também não imaginava que estaria a ceder a casa para servir de cativeiro.
Acrescentou que também não desconfiou de nada porque os inquilinos adiantaram o pagamento para um período de dois meses, num valor estimado em sete mil meticais. Disse também que nunca se apercebeu de movimentações estranhas nos arredores.
Também a mãe da antiga namorada de J. Chongo disse que jamais imaginou que a filha pudesse se envolver em casos de sequestro e que esta saíra de casa na noite de sábado da semana passada, alegadamente para a África do Sul a fim de visitar familiares.
Entretanto, o director da Ordem no Comando-Geral da Policia da República de Moçambique (PRM), Xavier Tocoli, disse que os três indivíduos fazem parte da quadrilha responsável por alguns casos de rapto.
A vítima deste caso foi raptada na quinta-feira da semana passada por dois indivíduos armados quando ela acabava de chegar ao seu local de trabalho, uma fábrica de gelo doce, na companhia do seu motorista, a bordo de uma viatura de marca Toyota Runx, chapa de inscrição ACA-242-MC.