Decorre desde ontem em Maputo a segunda Conferência Internacional Camponesa sobre terra e semente. No dia de abertura, a tónica dominante foi a defesa da terra para os camponeses. Os camponeses denunciaram aquilo a que apelidaram de “pacotes PRO”, que inclui o controverso Prosavana, ProSUL, ProIRRI e outros como sendo uma tentativa de usurpação de terras, expulsão de camponeses e não necessariamente para aliviar a pobreza das populações rurais.
Falando na abertura da conferência, o presidente da União Nacional de Camponeses, Augusto Mafigo, lamentou a ausência do Governo de Moçambique ao mais alto nível, apesar da organização do evento ter tido o cuidado de convidá-los. Mafigo destacou ainda o facto de no nosso País, apesar de se considerar a agricultura a base de desenvolvimento, ainda não existirem políticas claras sobre a agricultura.
“Na luta do povo ninguém se cansa; Camponeses Unidos sempre venceremos; Globalizamos a luta; Globalizemos a esperança”, foram os gritos que se ouviam durante a abertura da conferência.
O encontro que começou nesta segunda-feira e termina hoje tem como lema “Camponeses unidos na luta pela defesa da terra e da agricultura camponesa”. Conta com a participação de camponeses de todas as províncias de Moçambique, funcionários do Ministério da Agricultura, membros da sociedade civil, convidados e parceiros de países como Angola, África do Sul, Zimbabwe, Brasil, Suécia e Suíça.