Está já em curso o levantamento topográfico visando a construção da ponte sobre o rio Muira. A actividade consubstancia o início pleno da edificação da ponte mais esperada na província de Manica, sobre a qual passarão a transitar livremente pessoas e bens no período chuvoso, de e para o distrito de Tambara, facto que não acontecia com a ausência desta infra-estrutura.
Aquele curso periódico de água tem cortado sistematicamente, em período chuvoso, a comunicação rodoviária entre o distrito de Tambara e o resto da província de Manica, assim como com outros pontos do país, criando graves transtornos as populações e comerciantes locais.
As obras em referência estão a cargo da construtora portuguesa Soares da Costa que venceu o concurso público de adjudicação do empreendimento recentemente lançado pelo governo moçambicano. Dados a que tivemos acesso indicam que o projecto vai durar 24 meses e será concluído nos finais de 2014.
O empreendimento vai ser erguido na estrada regional 529, que estabelece a ligação entre a N7, na região de Calingamuzi, em Guro, e a sede do distrito de Chemba, na província de Sofala.
Esta obra de arte integra um lote de nove pontes projectadas para as províncias de Manica e Sofala, sendo que na primeira província vão ainda ser erguidas outras duas, sobre os rios Tchidji e Samsabwe, todas no distrito de Tambara e na mesma estrada.
No que a dimensões diz respeito, a ponte em referência vai comportar 300 metros. Para a efectivação do projecto, a Administração Nacional de Estradas (ANE) vai investir mais de 138 milhões de meticais, disponibilizados pelo governo moçambicano.
No global, foram desembolsados 760 milhões de meticais para todas as pontes integradas no lote, nas províncias de Manica e Sofala. As restantes pontes vão custar o equivalente a 484 milhões de meticais. Para a província de Sofala prevê-se a construção de pontes sobre os rios Sangadzi 1, Sangadzi 2, Pompue, Macuca e Bhagucha.
O isolamento cíclico de Tambara em todas as épocas chuvosas, tem propiciado o agravamento do custo de vida e atrasado as iniciativas de desenvolvimento daquele distrito ribeirinho.
Este cenário não só transtorna como também castiga os mais de 42 mil habitantes que povoam o distrito e já de si expostos ao sofrimento ao estarem sujeitos a um duplo problema que consiste na fraca produção agrícola, por um lado, e por outro, na crónica falta de transporte de passageiros e carga, com maior incidência no tempo chuvoso.
Em tempo seco, Tambara é ciclicamente afectado pela estiagem e na época chuvosa, aquele distrito enfrenta, invariavelmente, o isolamento e as inundações. Como consequência, os produtos básicos, alimentares e não alimentares, têm sofrido substancial agravamento no mercado local.
Durante as suas presidências abertas, o Chefe do Estado, Armando Guebuza, vinha sendo confrontado com a população local sobre a problemática da falta de ponte sobre o rio Muira. A construção da ponte vem a responder tal preocupação.
RM