Nacional Moçambique continua atractivo para mineração

Moçambique continua atractivo para mineração

Segundo dados divulgados semana pasada pela Fitch Ratings, uma agência internacional independente de classificação de riscos de crédito, o investimento directo estrangeiro em projectos de gás natural e carvão atinge a cifra dos cinco biliões de dólares americanos por ano, facto que reforça a crença de que Moçambique é um país com fortes perspectivas de desenvolvimento económico estável.

De acordo com aquela agência, os volumes de investimento actualmente orientados para os sectores de gás natural e carvão mineral em Moçambique podem garantir níveis de crescimento económico entre sete e oito por cento ao ano até pelo menos 2015.

Comparado a outros países da África Subsaariana, Moçambique tem registado níveis de inflação abaixo da média regional e um crescimento acima da média regional. Nos últimos cinco anos, por exemplo, o país experimentou um crescimento médio anual na ordem dos 7,1 por cento, em resultado do prosseguimento de políticas e reformas económicas e prudentes.

Nas últimas semanas várias empresas estrangeiras anunciaram novos projectos de mineração para Moçambique, a exemplo da Africa Great Wall Mining Development Company, uma empresa chinesa, que anunciou que vai iniciar, ainda este ano, a exploração de areias pesadas nos distritos de Chinde, Inhassunge e Nicoadala, na província da Zambézia.

Entretanto, estes projectos estão condicionados pela aprovação, pelas autoridades, do correspondente estudo de impacto ambiental. Este estudo está a ser realizado por uma firma de consultoria denominada RMS, que deverá apresentar o relatório até finais de Agosto corrente.

O projecto, segundo dados apurados pelo Notícias, vai absorver um investimento inicial de 130 milhões de dólares americanos e, a produzir os resultados esperados, implicará a construção de um terminal no Porto de Quelimane, a melhoria das estradas locais, bem como a execução de projectos sociais.

Enquanto isso a firma australiana Queensland Bauxite Limited (QBL) acaba de anunciar o seu interesse em entrar em acordo com uma outra firma australiana, a Regius Coal Mining, nos termos do qual a QBL deverá adquirir 35 por cento das acções de uma subsidiária da Regius que detém duas licenças de exploração mineira em Moçambique, num negócio que deverá custar 750 mil dólares norte americanos.

As referidas licenças são na Bacia do Zambeze, em tete, próximo das áreas operadas pela Vale, em Moatize, e pela Rio Tinto, em Benga.

Paralelamente, a companhia Indiana Afrifocus Resources adquiriu a licença para explorar areias pesadas nas ilhas ao longo da costa do distrito de Angoche, na província de Nampula.

A firma tem esperança de explorar Ilmenite ou Rutilio, com o objectivo de obter titânio, embora esteja igualmente interessada noutros minerais economicamente viáveis como o Zircónio.

Porseu turno, a Companhia chinesa Ayu Mining já está a explorar areias pesadas no distrito de Angoche, enquanto a Afrifocus tem em mãos desde 2011, uma licença de exploração de Tantalite no distrito de Gilé, na Zambézia, válida por três anos.

Ainda de acordo com a Fitch, o carvão mineral tem desempenhado um papel importante no aumento das exportações de Moçambique para a Índia. No ano financeiro 2012/13, por exemplo, o carvão metalúrgico e térmico tornaram-se, pela primeira vez, nos principais produtos de exportação de Moçambique para a Índia.

Com efeito, as exportações de Moçambique para a Índia durante esse ano económico cresceram em cerca de 184,94 por cento comparativamente ao exercício 2011-2012., com resultados na ordem dos 280,41 milhões de dólares, contra 98,77 milhões de dólares do ano anterior.

O comércio bilateral total entre os dois países subiu de 631,32 milhões de dólares americanos em 2011-2012 para 1 281,41 milhões de dólares em 2012-2013.

Enquanto isso, as exportações indianas para Moçambique cresceram 87,68 por cento, tendo saído de 533,35 milhões de dólares em 2011-2012, para 1.001 milhões de dólares em 2012-2013.