Nacional Fim da caça furtiva depende da retirada da população

Fim da caça furtiva depende da retirada da população

A Administração do Parque Nacional do Limpopo (PNL) diz que o reassentamento de todas as famílias que aqui vivem vai ajudar a minimizar ou mesmo a acabar com a caça furtiva que está a dizimar a fauna nesta área de conservação localizada na província de Gaza, Sul de Moçambique.

As autoridades do PNL acusam alguns membros das mais de 1.200 famílias que vivem naquela área reservada a fauna bravia de serem o ‘foco e colaboradores’ dos caçadores furtivos.

A transferência das famílias, que deverá terminar em 2015, está sendo feita paralelamente com o apetrechamento da fiscalização do parque com meios humanos e materiais.

O Administrador do PNL, António Abacar, afirmou que “logo que terminar a transferência das comunidades que vivem dentro do parque a fauna vai evoluir e os índices de caça vão baixar.

Três bairros de reassentamentos estão a ser erguidos para acomodar famílias das aldeias de Macavene, Massingir Velho e Bingo.

No caso da aldeia de Macavene, segundo Abel Nhalidede, responsável pelo reassentamento, já foram transferidas e compensadas mais de 70 pessoas, das 169 que vivem ou viviam na aldeia.

A Fauna no PNL foi dizimada durante a guerra civil de 16 anos que terminou em 1992. Por causa da guerra, uma outra parte da fauna emigrou para parques vizinhos, caso de Kruger, na África do Sul, e Gonorezhou, no Zimbabwe, que hoje, juntamente com o PNL, formam o Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo.

No âmbito do “Grande Limpopo” foram introduzidos no PNL, a partir da África do Sul, milhares de animais de diferentes espécies, dos quais cerca de 100 elefantes que se juntaram a mais de duas centenas que terão atravessado livremente a fronteira, para além de cerca de 890 bois-cavalo, 1.361 zebras, meia centena de girafas, 2.089 impalas, 12 rinocerontes e 49 búfalos.

“A fauna estava em franco desenvolvimento desde que o governo decidiu, em 2003, repovoar os efectivos desaparecidos durante a guerra. Mas devido ao efeito da caça furtiva, os efectivos diminuíram consideravelmente”, referiu o Gestor da Fauna no PNL, Bill Swanepool.

Quanto a infra-estruturas turísticas, o PNL conta com três acampamentos de luxo para alojamento, entre outros.

De 2001 até 2012 foram investidos para a capacitação técnica e construção de infra estruturas de turismo, apoio as comunidades e reassentamento, cerca de 20 milhões de euros disponibilizados por vários parceiros do Governo moçambicano, incluindo o Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).