Desde a sua iniciação em Abril de 2004, a mina de Marropino, enfrentou dificuldades relacionadas com a exportação do minério devido aos elevados valores de radiação do concentrado de tantalite e as vias de acesso.
Uma fonte do Ministério dos Recursos Minerais refere que acresce-se às razões que ditaram o encerramento da mina, o facto de a natureza do jazigo, mostrar que a parte com maior teor de tântalo já se esgotou e a rocha que actualmente contém o minério é mais dura e está a uma maior profundidade, elevando assim os custos de extracção e de processamento com nível de recuperação de tântalo abaixo do previsto no estudo de viabilidade económica.
A produção nos últimos anos tem decrescido, enquanto os custos de operação por tonelada do minério tem aumentado. A produção de tantalite nos últimos três anos foi de 40465 quilos em 2010, 37865 quilos em 2011 e 24109 quilos em 2012.
Análises financeiras indicam que, para as operações da mina de Marropino, em cada tonelada de minério extraído e processado há uma perda de três dólares norte-americanos. A empresa reportou perdas financeiras acumuladas de cerca de 150 milhões de dólares até Junho de 2013.
Por outro lado, tem havido cortes e oscilações frequentes de energia eléctrica que resultaram num total de 2085 horas de corte em 2012, o que vem acrescer sobremaneira os custos de operação. Há que referir que, sempre que se verifica corte de energia os circuitos da planta húmida ficam bloqueados pelo minério e a limpeza da tubagem leva um dia inteiro, para além da danificação dos equipamentos e instrumentos electrónicos devido às oscilações da corrente.
Junta-se ainda o facto de para a exportação usar-se um longo trajecto rodoviário, precário em algumas zonas, até ao Porto de Walvis Bay, na Namíbia, pois nenhum porto moçambicano está certificado a manusear produtos de Classe 7, definida em função da radioactividade do produto.
Em comunicado recebido na nossa Redacção, o MIREM acrescenta que para além das razões apresentadas, a empresa tem se ressentido de problemas de gestão e da má concepção da planta de processamento da mina.
“Foi tendo em conta estes factores conjugados, que a empresa decidiu paralisar a produção na mina de Marropino por ter altos custos de produção e com baixos rendimentos, iniciando a exploração nas outras duas concessões, em Morrua e Mutala onde se prevê que os custos de operação sejam mais baixos por o jazigo conter maior teor de tântalo por tonelada de concentrado e estar a menor profundidade”, lê-se no comunicado.
Refira-se que esta paralisação resultou na dispensa, observando os requisitos legais, de 377 trabalhadores, iniciada em Março do corrente ano.
Neste contexto, o Ministério dos Recursos Minerais diz ter orientado a empresa no sentido de absorver alguns trabalhadores de Marropino para as suas actividades nas concessões de Morrua e Mutala.
Noticias