Aquela profissional da saúde disse que a falta daquele material, que já se encontra em distribuição desde o passado dia 5 de Julho corrente em várias unidades sanitárias afectadas, foi originada por problemas logísticos provocados pelo bloqueio e circulação condicionada de viaturas na Estrada Nacional Nº 1, no troço Muxúnguè-Save.
“Os nossos materiais e equipamentos médicos cirúrgicos vem da capital do país via terrestre e por causa dos problemas sobejamente conhecidos na Estrada Nacional Nº 1 entre Muxúnguè-Save, provocados pela Renamo, a nossa viatura transportando os materiais levou o tempo suficiente possível para trazer os materiais até à província” – disse a médica-chefe de Tete.
Mulássua Simango apontou ainda que como consequência desta morosidade algumas unidades sanitárias da província ficaram sem o abastecimento em material médico-cirúrgico e os stocks esgotaram-se, funcionando em algum momento com dificuldades devido à carência daquele material na assistência médica e medicamentosa aos pacientes.
“Porque o nosso stock já estava a ficar afectado tivemos que restringir o fornecimento do material e usar apenas em casos de extrema urgência e de grande risco, enquanto aguardávamos a recepção dos material que estava a caminho”- afirmou a nossa fonte.
Aquela responsável na direcção provincial da Saúde em Tete, apontou que neste momento o material médico-cirúrgico já se encontra a caminho das unidades sanitárias em falta e dentro dos próximos dois dias, isto é, até amanhã, sexta-feira, se espera a chegada de mais material médico proveniente do centro médico da Beira.
A fonte apontou que nas 114 unidades sanitárias que constituem a rede sanitária da província de Tete, não existem grandes problemas em termos de prestação de serviços aos pacientes, uma vez estarem criadas as condições possíveis para a execução de um trabalho perfeito e de qualidade, principalmente no meio rural.
A médica-chefe na direcção provincial de Saúde de Tete referiu ainda que o grande constrangimento que a província regista neste momento é a insuficiência de unidades sanitárias, principalmente nas comunidades rurais para satisfazer a demanda.
“A nossa capacidade é diminuta. Não estamos a conseguir dar cobro as necessidades em termos da procura dos nossos serviços, pois a província está em franco crescimento em termos de número da população e o raio de separação entre as nossas unidades sanitárias uma da outra é maior, o que faz com que muitas pessoas se desloquem as unidades sanitárias distantes à procura de assistência médica e medicamentosa” – lamentou Mulássua Simango.
Entretanto face à situação, o governo desenhou um plano de melhoramento e expansão de unidades sanitárias na zona rural com maior destaque para o apetrechamento dos hospitais que estão ao longo da faixa fronteiriça, no sentido de melhoramento da prestação de serviços às comunidades, com vista a não depender dos países vizinhos, onde muitas das vezes os doentes moçambicanos são maltratados.
É assim que estão numa fase bastante adiantadas as obras de construção do hospital rural de Fíngoè, no distrito de Marávia, e a ampliação de outros hospitais no posto administrativo de Dómuè, Ulónguè, em Angónia, e Zóbwè, a norte do distrito de Moatize, onde estão incorporados novos serviços tendentes ao melhoramento de prestação de cuidados médicos às comunidades.
Neste âmbito, no passado mês de Junho, a província de Tete passou a ter serviços de cuidados intensivos de padrão internacional, como resultado de um donativo angariado pela Primeira Dama do país, Maria da Luz Guebuza, nos Estados Unidos da América, o que vai dar um contributo valioso para o cumprimento do vasto programa do Governo através do Ministério da Saúde para a redução da mortalidade por falta de equipamento adequado.
Bernardo Carlos – Noticias