Os ministérios da Educação e da Saúde condenam a excessiva promoção de bebidas alcoólicas, particularmente de cerveja que, nos últimos tempos na cidade e província de Maputo, devido ao seu efeito no desempenho académico dos alunos e a concorrer para o agravamento dos problemas de saúde pública.
No contexto desta promoção, três unidades de cerveja importada estão a ser vendidas ao preço de 100 meticais, num fenómeno popularmente conhecido por “3-100”.
O Ministério da Educação, segundo escreve o jornal Notícias, encara o facto com grande preocupação sobretudo porque promove o consumo de bebidas alcoólicas no seio da juventude em geral e dos estudantes em particular, como diz Eurico Banze, porta-voz do Ministério da Educação (MINED).
“Não encorajamos qualquer actividade que promova o consumo de álcool para evitar que muitos jovens continuem a desviar a sua atenção da escola para as ruas”, afirmou Banze, acrescentando que outra grande preocupação daquele sector é que aumenta o número de instituições e locais de venda de álcool a preços promocionais.
Banze referiu que a iniciativa deixa a impressão de que é direccionada para a camada juvenil, daí defender o desencorajamento, por parte das instituições, de todas as acções que tendentes a promover a venda de cerveja barata.
No seu entender, a solução ou o controlo deste problema passa pelo envolvimento de todos os estratos da sociedade moçambicana no combate à prática.
Mesmo sem apresentar números, o porta-voz do MINED disse estar a aumentar o número de estudantes que se entregam ao consumo de bebidas alcoólicas, o que tem reflexos no seu desempenho académico.
Por sua vez, o director Nacional de Saúde Pública, Mouzinho Saíde, refere que a promoção da cerveja é bastante negativa porque aumenta a procura por todas as camadas etárias, sobretudo pelos grupos sociais sem muitas condições financeiras.
O consumo exagerado destas bebidas é nocivo à saúde pública no sentido de que aumenta os problemas sociais relacionados com o seu consumo, nomeadamente os casos de agressão física, baixo desempenho profissional, casos de acidentes de viação e o agravamento da situação da população que já se debatia com escassez de fundos para o seu sustento.
“Não temos mecanismos para contabilizar o número de casos resultantes do consumo exagerado de bebidas alcoólicas, mas é um facto que nos últimos tempos aumentaram os acidentes de viação, por exemplo”, disse, sugerindo uma relação entre a actual onda de acidentes e o consumo excessivo de álcool decorrente do “3-100”.
Sublinhou, por outro lado, que a Saúde está atenta e a recolher amostras para avaliar se os produtos ora em promoção continuam com o prazo de validade em dia e em breve poderá apresentar resultados dessas avaliações.
RM