Sociedade Sociedade Civil marcha pela Paz no dia da Independência em Moçambique

Sociedade Civil marcha pela Paz no dia da Independência em Moçambique

Várias organizações da Sociedade Civil moçambicana realizam, esta terça-feira (25), uma marcha de repúdio à violência, apelando à paz e exigindo que as divergências políticas existentes entre o Governo e o maior partido da oposição, a Renamo, sejam resolvidas através do diálogo e por cedências de ambas as partes.

A Comunidade para o Desenvolvimento da Comunidade, o Fórum Mulher, o Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança, o Fórum Nacional das Rádios Comunitárias, o Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil, a IMEPT Moçambique, a WLSA Moçambique, a Associação Sociocultural Horizonte Azul, dentre outras, defendem que nenhum conflito, divergência ou diferença deve estar acima do direito à vida, à dignidade e à paz, direitos universalmente consagrados e reconhecidos pela Constituição da República de Moçambique.

Segundo essas agremiações, os últimos acontecimentos do Centro e Sul do país, que culminaram com a morte, ferimento e pânico de vários compatriotas, constituem muita preocupação e angústia no seio da sociedade civil, uma vez que se traduziram em episódio violentos, que, para além de ceifarem vidas humanas, trouxeram a intranquilidade no seio das comunidades e da população moçambicana em geral.

A Sociedade Civil afirma que junta o seu clamor a todas vozes e estratos da sociedade e defendem que não há necessidade de se lembrar a ninguém os males que a guerra dos 16 anos causou aos moçambicanos e, particularmente, às mulheres, cujas marcas e feridas nunca sararam por completo. Aliás, os traumas das violações sofridas e das perdas de vidas humanas ainda persistem. As pessoas, particularmente as crianças e as mulheres, foram sujeitas à violência sexual, à escravatura sexual e laboral e, na maioria dos casos, o processo de paz e desenvolvimento ainda não conseguiu curar as feridas e fazer justiça a essas mulheres.

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Nesse contexto, a Sociedade Civil declara: “Queremos nossas filhas e filhos carregando livros para a escola e não armas para fazer guerra. Queremos nossas irmãs e irmãos, acordando para prosseguir seus sonhos, através do trabalho digno, como sempre o fizemos. Queremos exercer nossos direitos de cidadania num ambiente de liberdade e de Paz”.

Num outro desenvolvimento, as agremiações pedem ao Presidente da República, Armando Guebuza, para que a sua capacidade de liderança e de construção da democracia, seja medida, também, nos esforços para manter a paz, através do diálogo. “Exigimos que a Convenção 1325 das Nações Unidas sobre Paz e Segurança, assinada por Moçambique, seja assumida e tomada como referência para o reforço do diálogo, para a promoção da Paz e Segurança Humana das mulheres e homens moçambicanos”.

A Marcha pela Paz começa na Praça da Independência, em Maputo, cerca a partir das 7 horas, e vai terminar na Praça da Paz.

A Verdade