O Governo distrital do Chókwè deve encontrar, o mais urgente possível, soluções que concorram para o rápido e seguro reassentamento das populações atingidas, no inicio do ano, pelas cheias, imprimindo-se uma maior dinâmica particularmente no que toca à disponibilização de talhões. A recomendação nesse sentido foi feita, na semana passada, pelo Primeiro-ministro, Alberto Vaquina, falando a jornalistas, em Xai-Xai, no final da sua visita de trabalho à província de Gaza.
O Primeiro-ministro reagia assim, às denúncias feitas pela população da cidade do Chókwè, durante uma reunião popular por si orientada naquele ponto da província de Gaza, por sinal uma das mais flagelada pelas cheias que obrigou, na altura, milhares de famílias a buscarem refúgio, maioritariamente em Chihaquelane e na vizinha vila da Macia.
Aquele governante disse que os dirigentes do Chókwè deviam o mais rápido possível, dentre outras coisas, capitalizar algumas experiências bem sucedidas que podem ser encontradas noutros pontos do país, que já passaram por situações similares, de forma a não se eternizar este sofrimento, criando-se condições para que as pessoas não sejam vítimas de forma cíclica destas intempéries.
“Demos instruções para que os governantes do Chókwè se possam organizar no sentido de colher experiências positivas dos outros pontos do país que já sofreram deste tipo de calamidade e que, em tempo recorde, conseguiram regularizar a vida das populações afectas pelas cheias”, disse Vaquina.
A distribuição célere, mas organizada, de talhões deve ser o primeiro passo para que as pessoas possam reorganizar as suas vidas, para que possam ter posse de um espaço na zona alta para viver, e terra nas baixas para produzir para o seu auto-sustento.
Uma outra alternativa sugerida por Alberto Vaquina, tendo em vista criar-se uma maior celeridade nesse processo, tem a ver com a integração de estudantes nos seus tempos livres, para prestarem o seu apoio na demarcação de talhões para o seu reassentamento nos novos assentamentos populacionais.
Segundo ele, esta constitui uma importante premissa que irá contribuir para que as pessoas se possam concentrar na criação de condições para a melhoria das suas vidas e, definitivamente, conceber que só com o trabalho árduo, é que se pode criar a riqueza e deixar-se de ser dependente de donativos. “Esta é uma mensagem que deixamos, em Chókwè, que é extensiva a todo o país. É que, tudo o que nos leve à dependência, tudo aquilo que nos obrigue a viver do que nos é dado, é conflituoso porque a comida dada nunca é suficiente”, assinalou Vaquina.
“A solução passa por nós encontrarmos alternativas de termos casa na zona alta para viver e espaço noutros locais para produzirmos a nossa própria comida, para nos libertarmos desta situação em que precisamos de comida oferecida” afirmou o Primeiro-ministro em resposta a uma pergunta sobre reclamações relacionadas com uma eventual má distribuição de donativos às vítimas das cheias, em Chókwè, apresentada por alguns populares no comício realizado na chamada capital económica de Gaza.
Refira-se que no decurso dos encontros que manteve com as populações nos diversos pontos por ele escalado, em Gaza, foi tónica dominante a necessidade da urgente reabilitação das estradas, pontes e outras infra-estruturas danificadas pelas cheias de Janeiro e Fevereiro último naquele ponto do país.
Segundo Vaquina, o Governo está a angariar fundos para as necessárias intervenções, de forma a permitir que a economia possa continuar a se desenvolver, sendo sobretudo a questão da transitabilidade bastante crucial para se imprimir maior dinâmica ao processo produtivo.
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