Falando na primeira sessão do Comité de Coordenação Sectorial de 2013, que reúne o Governo e seus parceiros de cooperação na Saúde, Manguele apontou com satisfação a ocorrência de melhorias significativas nalgumas áreas. Porém, o mesmo já não acontece na Saúde Materno-Infantil, em que a mortalidade perinatal, neonatal e materna não mostram sinais de melhorias há cinco anos.
Alexandre Manguele citou, sem avançar números, os resultados do Inquérito Demográfico e Saúde de 2011, que dão tal ilustração, e descreveu o cenário de preocupante. “Como sabemos, as taxas de mortalidade neonatal e materna são dois indicadores sensíveis à melhoria do acesso a serviços de saúde de qualidade. Assim, quero convidar a todos a reflectirem em torno deste grande desafio, pois precisamos com urgência de elaborar uma estratégia eficaz para a redução da mortalidade materna e neonatal com medidas de rápido impacto”, disse.
Do rol dos desafios do MISAU consta a preocupação no que tange à redução do risco de transmissão do HIV da mãe para o filho e a cobertura do tratamento anti-retroviral pediátrico, as baixas taxas de planeamento familiar no país, a subnutrição crónica, a qualidade dos serviços prestados e a questão de infra-estruturas de saúde, que continuam insuficientes.
A realização de grande parte das acções do MISAU acontece graças ao apoio dos parceiros, que nesta reunião apresentam inquietações relacionadas com o problema de gestão financeira.
O alto-comissário do Canadá, Alain Latullippe, lamentou, em representação dos parceiros, o facto de se registar pouca transparência no que tange à gestão das finanças públicas e frisou que o que deve ser feito agora é, em conjunto, analisar-se o que aconteceu no ano de 2012 e perspectivar acções para os próximos meses.
“Para nós, como parceiros, o que importa neste momento é sentarmos e em conjunto fazermos o diagnóstico e juntos com o Governo rectificarmos as fraquezas que existem. É isso que importa porque os constrangimentos e as dificuldades todos nós sabemos que existem e o desafio é resolvê-los”, disse.
Na sua intervenção, Alain Latulippe lembrou que os governos, os parlamentos e os povos dos países doadores estão cada vez mais atentos ao uso dos recursos da solidariedade e da cooperação internacional.
“Juntos temos a necessidade de fazer a demonstração que cada dólar, cada euro, cada metical, está sendo usado para seu objectivo final: melhorar a saúde do povo moçambicano. O Governo e os países estão juntos nesta batalha e o beneficiário final é o cidadão do país”, disse Latulippe.
Entretanto, nem tudo anda mal, na óptica dos doadores. Por exemplo, na cadeia de abastecimento de medicamentos fala-se de um progresso considerável na mudança do enfoque do diálogo sobre a matéria a partir de uma gestão da crise para a planificação estratégica.
Jornal Noticias