Nacional Director do CIP revela detalhes secretos dos contratos de mega-projectos

Director do CIP revela detalhes secretos dos contratos de mega-projectos

O director do Centro de Integridade Pública (CIP), Adriano Nuvunga, revelou ontem detalhes até aqui desconhecidos por muitos moçambicanos relativos aos contratos de exploração dos recursos naturais no País.

Falando na Conferência Internacional sobre Governação da Economia Extractiva (n.d.r. ver outra peça nesta edição), Nuvunga disse, que de acordo com os contratos – que são confidenciais – todo o investimento que está a ser feito pela Anadarko na Bacia do Rovuma, será reposto quando a exploração começar. Nessa altura, o Estado na condição de accionista, com 15 por cento, deverá pagar a dívida.

“O financiamento da dívida está incluso na recuperação de custos. Os custos dos empréstimos poderão aumentar os custos totais do projecto entre 2 e 3 biliões de dólares norte-americanos”, disse.

O director do CIP advertiu que os investimentos até agora feitos pela Anadarko mostram até que ponto o Estado moçambicano está carregado no colo por esta companhia americana de petróleos, a operar na área do bloco 1, na Bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado.

Director do CIP revela detalhes secretos dos contratos de mega-projectos

Segundo Nuvunga, se a companhia diz que por perfurar um metro gasta 100 milhões de dólares e todas as despesas são suportadas pela Anadarko, significa que o Estado parcialmente está no colo da empresa, pois reconhece os gastos e vai reembolsar quando a exploração começar.

“Neste negócio, Moçambique está no pior extremo. E como tudo foi secreto, ninguém sabe de nada. As empresas estão a se preparar para se beneficiar através de todos esquemas. Temos o caso da SASOL que o Estado assiste o pipeline a passar para África do Sul”, disse.

De referir que o consórcio que opera na área 1 do bloco é liderado pela Anadarko, com 36,5 por cento das acções, sendo os outros accionistas a japonesa Mitsui, com 20 por cento, a BPRL Ventures e Videocon (ambas da Índia), com 10 por cento cada, e a companhia estatal tailandesa PTTEP, com 8,5 por cento. A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) representa o Estado moçambicano com 15 por cento das acções.

Canalmoz