Fernando Abreu, director da ABC, diz que é errada a percepção de que o Prosavana é encabeçado pelo Brasil, e que os pequenos produtores vão perder a terra. Avança que deveria haver mais informação sobre o projecto.
Em conferência de imprensa havida esta terça-feira, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) veio reconhecer que as pessoas não foram devidamente informadas sobre a essência do Prosavana, um programa orientado pelos governos de Moçambique, Brasil e Japão, para o desenvolvimento da agricultura no corredor de Nacala.
Em resultado, fica a ideia de que o projecto pertence ao Brasil, que pretende apropriar-se da terra dos pequenos agricultores locais.
“Eu entendo que nós necessitamos de maior informação. Precisamos de explicar o que é o programa Prosavana e, principalmente, a questão da expansão rural. O Prosavana inclui os pequenos agricultores e não pretende aliená-los do processo”, esclareceu Fernando Abreu, director da ABC.
O responsável disse ainda que por tratar-se de um plano estratégico do governo moçambicano “não existe nenhum elemento do projecto em que se proponha, se pense e se considere a ideia de reassentar pequenos agricultores para ceder espaço para a agricultura comercial ou grande agricultura”.
Até porque o próprio Prosavana pretende que os pequenos agricultores façam parte do projecto se assim o pretenderem, de modo a que possam dispor das melhores técnicas de produção, acesso a sementes de melhor qualidade e aos mercados.